O ‘Rei do Futebol’, Pelé, concedeu entrevista exclusiva ao canal de empreendedorismo Foras de Série, no programa FS Identidade, que irá ao ar na próxima terça-feira (12). Durante o bate-papo, o ex-jogador falou sua a carreira, relembrou detalhes da sua trajetória no futebol e também comentou sobre a utilização da camisa 10 no esporte.

“Até a Copa de 58 a numeração não tinha nenhuma importância. Depois que fomos campeões, eu usando a 10 — o jogador mais novo do time e de uma copa — ela passou a ter essa importância que vemos até hoje. Antes disso, o único número importante era o 1 do goleiro. Por isso, brinco com meu filho Edinho, que jogou com essa camisa no Santos, que Deus foi muito bom com nossa família dando essa responsabilidade em dobro pra nós”, conta Pelé.

“Meu pai jogava no Bauru e telefonou para o deputado e ex-presidente do Santos Futebol Clube, Athiê Jorge Cury, para conseguir um teste no clube. Lembro que fui de trem até São Paulo e de lá de táxi até Santos. Foi o início de tudo. Uma curiosidade que pouca gente sabe é que comecei minha carreira com um desafio: meu pai era e ainda é o maior artilheiro de gols de cabeça em um mesmo jogo com cinco gols. Eu pensava … Será que um dia vou conseguir bater essa marca? Fiquei todo esse tempo no Santos e não consegui”, brinca o Rei.

Durante a descontraída gravação realizada em sua casa na cidade de Santos, Pelé contou os detalhes do começo de tudo. Disse não ter conseguido quebrar esse recorde marcante ao longo dos seus 25 anos de carreira: que é de João Ramos do Nascimento, seu pai.

Pelé destacou também a grande diferença que vê na formação dos jogadores brasileiros e americanos e como sua geração foi importante para o desenvolvimento do mercado da bola, deixando tudo mais profissionalizado para o futebol atual. “A base americana é espetacular. As escolas e universidades investem nos garotos. No Brasil, que é o país do futebol, não tem a mesma base. Temos uma dificuldade enorme na educação dos jogadores. Aqui ou ele joga ou estuda e trabalha. Infelizmente nossas escolas não valorizam essa formação como lá”.