De uma consulta feita pelo Twitter, soube-se que os brasileiros são defensores da luz estendida no fim de tarde; da alegria por sair do trabalho ainda com sol; dos bares lotados e animados com conversas e sorrisos largos; das roupas mais frescas e coloridas… Sim, ganhamos de lavada. Na “consulta à população” feita em 7 de novembro, o perfil @LulaOficial perguntou: “O que vocês acham da volta do horário de verão?”. Passaram dos 66%, entre uns 2,3 milhões de “eleitores”, aqueles se declararam a favor. Mais não fosse, bastaria aos defensores dizer que o atual presidente da República é contra.

Em 2019, nosso horário de verão foi decepado, da mesma forma que quilômetros e quilômetros de áreas verdes na Amazônia. Por decreto, sem qualquer justificativa que valesse alguma coisa, como em tantas outras medidas deste desgoverno aplicadas por interesse – próprio ou de aliados -, birra ou teimosia.

Pelo lado cartesiano, horário de verão serve – ou não – para economizar energia na primavera e no verão de regiões que são mais torradas pelo sol nesses períodos. Os argumentos contra e a favor devem ter nascido junto com a ideia apresentada em 1895 por George Hudson, entomologista inglês criado na Nova Zelândia, que queria aproveitar a luz por mais tempo para estudar seus insetos. Port Arthur, cidade canadense, fez o teste em 1908. Em escala nacional, Alemanha e Império Austro-Húngaro adotaram a medida durante a Primeira Guerra Mundial, para poupar carvão. Hoje, são mais de 30 os países que adiantam seus relógios.

Mas discussões sobre vantagens e desvantagens do horário de verão não interessam a defensores da medida. Nós queremos horário de verão, sim! Racional ou irracionalmente. E, como um meme viralizado, já aproveito e também emendo: queremos também o fim dos cardápios com QR code! E comida para todos.