A primeira caminhada espacial com uma equipe totalmente feminina começou nesta sexta-feira, estabelendo um momento histórico para o programa espacial.

Até o presidente Donald Trump saudou as astronautas Christina Koch e Jessica Meir por seu feito histório.

“Vocês representam esse país tão bem”, disse Trump. “Estamos muito orgulhosos de vocês”, afirmou em uma vídeo-chamada à Estação Espacial Internacional (ISS).

A missão das astronautas americanas é reparar um controlador de energia do lado de fora da ISS.

A caminhada espacial desta sexta deve durar várias horas, para trocar uma unidade de recarga de bateria que parou de funcionar no fim de semana passado.

A ISS converte a luz solar em energia elétrica através de painéis fotovoltaicos, mas durante sua órbita gasta muito tempo sem receber luz diretamente, e é nesses períodos que tira vantagem da energia armazenada nas baterias.

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A manobra desta sexta foi anunciada pela NASA na segunda-feira e faz parte de um processo mais amplo que está em andamento para substituir as baterias antigas de níquel-hidrogênio por novas unidades de íons de lítio, que têm maior capacidade.

Koch, engenheira elétrica, lidera Meir, doutora em biologia marinha e que está realizando sua primeira caminhada espacial, também conhecida como “atividade extraveicular”.

O primeiro passeio espacial feito pelas duas astronautas estava marcado para março, mas a NASA teve que cancelar quatro dias antes porque elas não tinham os trajes do tamanho certo para cada uma.

“Queremos garantir que o espaço esteja disponível para todas as pessoas, e esse é outro marco nessa evolução”, afirmou o administrador da NASA Jim Bridenstine.

“Eu tenho uma filha de 11 anos, quero que ela se veja como tendo as mesmas oportunidades que tive quando eu era criança”, acrescentou.

– Mulheres na Lua –

A NASA, tradicionalmente dominada por homens, recebeu críticas de várias frentes após a fracassada missão feminina de março, que, para essas vozes, representava uma evidência do sexismo implícito na cultura da agência espacial americana.

Ken Bowersox, vice-administrador interino da NASA, disse esperar que uma caminhada espacial conduzida apenas por mulheres logo se torne uma questão de rotina.

Questionado sobre por que demorou tanto tempo para organizar uma atividade extraveicular completamente feminina, Bowersox disse que a altura maior dos homens era uma vantagem.

“Homens muito altos são os que conseguiram fazer o trabalho porque podiam alcançar e fazer as coisas com mais facilidade”, disse ele. “Mas também incorporamos mulheres às equipes por causa de seus cérebros”, acrescentou.

“Eles trazem habilidades diferentes, pensam de maneira diferente”, acrescentou.


Em 1983, Sally Ride se tornou a primeira mulher americana a viajar para o espaço, como membro da sétima missão do ônibus espacial.

Hoje, o número de astronautas mulheres de origem americana excede o de qualquer outro país.

Mas quem ostenta o recorde de ter sido a primeira mulher no espaço é a cosmonauta Valentina Tereshkova, da antiga União Soviética, em 1963, seguida por sua compatriota Svetlana Savitskaya em 1982, que viria a ser a primeira mulher a realizar uma caminhada espacial dois anos depois.

Os Estados Unidos estão atualmente desenvolvendo uma missão chamada Artemis, irmã gêmea de Apolo da mitologia grega, com a qual pretendem retornar à Lua depois de mais de 50 anos, e incluirão mulheres em suas equipes de astronautas.

Possivelmente, também poderá compreender uma missão composta apenas por mulheres.

A data prevista para o primeiro desses novos pousos tripulados na Lua, considerados improváveis por vários especialistas, é o ano de 2024.


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