Um australiano, que estava entre as 18 vítimas do atropelamento em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, no início deste ano, é procurado pelas autoridades de seu país há mais de duas décadas por crimes de pedofilia e vivia no Brasil com identidade falsa. A informação foi divulgada pela BBC Brasil.

Christopher John Gott, de 63 anos, foi descoberto quando a embaixada da Austrália no Brasil entrou em contato com as autoridades australianas para avisar sobre seu estado de saúde e a polícia não encontrou nenhum registro da existência de um “Daniel Marcos Philips”, o nome falso que Gott usava. Ainda de acordo com a BBC, iniciou-se, então, uma investigação para buscar a real identidade do homem, que concluiu que o passaporte que ele usava não era verdadeiro.

Gott trabalhou como professor de ensino médio na Austrália até 1994, quando foi preso após 17 denúncias diferentes de abuso sexual de crianças, incluindo uma acusação de estupro de uma criança menor de 14 anos e o abuso de um adolescente de 16 anos, segundo o jornal The Australian. Ele foi condenado a seis anos de prisão e fugiu dois anos após ter tido a liberdade condicional concedida.

A polícia do Território do Norte, região da Austrália onde Gott vivia, confirmou à BBC Brasil que ele era procurado por violar sua liberdade condicional e afirmou que trabalha com autoridades internacionais para avaliar a possibilidade de extradição. “Devido à seu estado de saúde, vamos continuar a monitorar a situação com o objetivo de tomar uma atitude, se possível, no futuro”, afirmou o órgão.

O australiano segue internado, em coma, no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Um funcionário do hospital, que pediu para não ser identificado, disse também à BBC Brasil que é improvável que ele apresente melhoras. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro afirmou que o estado de saúde dele é grave.

No Brasil há 20 anos, Gott morava em Copacabana e dava aulas de inglês como professor freelancer, segundo um conhecido que pediu para não sei identificado. O jornal The Australian também afirma que Gott trabalhou em uma escola internacional brasileira.