Um suposto caso de pedofilia pode decidir as eleições para governador do Amazonas. Com chance de ir ao segundo turno e até vencer as eleições, o jornalista Wilson Lima, candidato pelo PSC, é alvo de uma acusação que remete aos seus tempos de apresentador de TV. De acordo com a acusação, ele teria mantido à época um romance com uma menor de apenas 14 anos. Na reta final da campanha eleitoral, a história do romance veio à tona e pode comprometer a performance de Wilson Lima, em segundo nas pesquisas, com 23%, atrás de Amazonino Mendes, do PDT.

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A denúncia foi formulada pela suposta vítima: Sara Oliveira, hoje com 21 anos. Sara conversou com ISTOÉ e narrou com exclusividade a história que agora compromete a eleição de Wilson. Ela afirma ter tido um caso com o jornalista em 2012, quando tinha 14 anos. Sara conta que era fã de Wilson, que então apresentava um programa na TV A Crítica. Segundo ela, a televisão tinha por hábito estimular o contato entre seus funcionários e os telespectadores. Quem providenciava era a produção, responsável por pagar um jantar em que fãs e apresentadores se encontravam. Ocorre que no caso de Wilson e Sara a aproximação foi bem além desse encontro formal. Os dois não se encontraram em um restaurante, mas em um hotel. E tiveram relações sexuais logo no primeiro encontro.

“Ele me apanhou na casa dos meus pais. Fomos para o hotel e tivemos relações sexuais” Sara Oliveira

Nas redes sociais

O caso tornou-se público somente dois anos depois, quando ela postou uma foto com Wilson nas redes sociais em que os dois estão dentro de um automóvel Gol. No Facebook, a foto aparecia acompanhada da seguinte legenda: “Finalzinho de tarde com meu amor”. Moradores encontraram a foto na linha do tempo de Sara e viralizaram nas redes sociais. Para evitar problemas, Wilson decidiu registrar uma ocorrência na polícia acusando Sara de injúria. Resultado: a postagem foi retirada. O caso está sob sigilo. Inconformada com a atitude de Wilson, a jovem resolveu quebrar o silêncio seis anos depois de ter conhecido o candidato ao governo do Amazonas. A versão que ela apresentou para ISTOÉ é rica em detalhes. “Nunca houve jantar. Ele me pegou na casa dos meus pais e me levou para o hotel”, diz. Na reta final da campanha, Wilson terá muito o que explicar.

“Trocamos carinhos e fomos para cama”

Como vocês se conheceram?
Através de um amigo. Eu sempre fui fã do Wilson. Sempre admirei o trabalho dele. Então, pedi para esse amigo o telefone dele. A partir daí, a gente se falava por mensagem. Não ficávamos um dia sequer sem falar.

Ele sabia quantos anos você tinha?
Sabia. Eu tinha 14 anos na época. Dava para ver na minha fisionomia.

Ele era casado?
Ele me dizia que era solteiro. Mas eu desconfiava que estivesse mentindo. Porém, nunca fui atrás.

Como o caso ganhou repercussão depois de tanto tempo?
Depois que postei uma foto nossa no Facebook. A imagem correu a cidade, porque as pessoas sabiam que eu era menor de idade.

Cadê essa imagem?
Ele apagou.

Mas como se a conta era sua?
Fui obrigada a enviar minha senha do Facebook e dados pessoais para o Wilson Lima. Ele, então, cancelou minha conta. Tinha uma foto com ele dentro do carro dele. Ele entrou na Justiça para impedir a divulgação.

Ele te deu alguma explicação?
Disse que não queria se expor. Mas, antes de cancelar minha conta, ele publicou um boletim de ocorrência, dizendo que eu estava mentindo. Todos os meus amigos viram e se afastaram de mim. Foi uma humilhação. Ele me enganou.

Como foi depois que o assunto ganhou repercussão?
Eu passei a ser ameaçada por um homem, que não se identificava. Só então descobri que é um policial amigo dele. Ele dizia que, se eu não tirasse a fotografia, poderia ter sérios problemas para minha família.

Por que você não denunciou?
Porque minha mãe pediu para eu não fazer isso. Ela estava com muito medo do que poderia acontecer.

Ele nega que tenha tido relações com você e disse que apenas te convidou a participou do quadro “Almoce com o fã”, da TV “A Crítica”. Isso ocorreu?
Não teve almoço. Não tinha ninguém nesse dia. Éramos só nós dois. Ele me apanhou na casa dos meus pais. De lá, fomos para o hotel. Lá, conversamos, trocamos carinhos e fomos para cama. Tivemos relações sexuais.