O pedido de tombamento do estádio do Canindé, na zona norte de São Paulo, será avaliado na próxima segunda-feira, dia 9, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp). Caso seja votada a abertura do Processo de Tombamento Histórico, a casa da Portuguesa não poderá ser demolida ou sofrer qualquer tipo de alteração por no mínimo dois anos (prazo da análise). Há ainda a possibilidade de arquivamento do pedido.

O pedido foi feito em março deste ano por torcedores com a ajuda do estadual Campos Machado (PTB). Foram recolhidas mais de 5 mil assinaturas e documentos sobre o estádio inaugurado em 1972. A esperança é que o complexo Oswaldo Teixeira Duarte, formado pelo estádio do Canindé e o clube social da Portuguesa, torne-se patrimônio cultural da cidade de São Paulo. O salão nobre, por exemplo, foi projetado por João Batista Vilanova Artigas, um dos principais nomes da arquitetura paulista, em colaboração com Carlos Cascaldi, sócio de Artigas.

Torcedores se juntaram para pedir o tombamento do Canindé para evitar que o clube perdesse o terreno em algum leilão. Com cerca de R$ 350 milhões em dívidas e aproximadamente 500 processos na Justiça, a Portuguesa tem enfrentado diversos leilões. Até agora, não houve arrematantes.

A Portuguesa tem 45% do terreno e o restante é cedido pela Prefeitura de São Paulo até o fim de 2092. Como o Estado mostrou, o clube tem sobrevivido graças ao aluguel do estádio para eventos. O último compromisso do time em seu campo ocorreu em agosto deste ano.

O Canindé já teve outro pedido de tombamento recusado. Em 2016, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) recebeu os documentos, mas não analisou o pedido por julgar não ser de sua competência. Com isso, torcedores realizaram a solicitação no Conpresp que será avaliada na próxima segunda-feira.