Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Pedido de investigação contra senador bolsonarista cai nas mãos de Zanin

Criticado no bolsonarismo por ligação com Lula, de quem era advogado, Zanin foi sorteado em caso envolvendo Jorge Seif, do PL de Santa Catarina

Antonio Augusto/STF
Cristiano Zanin Foto: Antonio Augusto/STF

Caberá a Cristiano Zanin, frequentemente criticado no bolsonarismo pela proximidade com Lula, decidir se haverá investigação no STF contra o senador bolsonarista Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, por apologia à violência policial.

Como mostrou a coluna, a Justiça Federal de São Paulo remeteu ao Supremo uma notícia de fato protocolada por um cidadão junto ao Ministério Público Federal contra Seif. O pedido é para que o senador, que tem foro privilegiado, seja investigado por ter dado declarações em apoio ao policial militar que arremessou um entregador de uma passarela na capital paulista. O caso ocorreu no início de dezembro e o PM foi indiciado por tentativa de homicídio.

Os documentos da Justiça Federal chegaram ao STF na terça-feira, 21, e, no dia seguinte, foram distribuídos por sorteio ao gabinete de Cristiano Zanin.

Segundo o MPF, a notícia de fato contra Jorge Seif foi aberta para apurar possível delito de apologia a crime ou criminoso, cuja pena é de três a seis meses de detenção ou multa. Caberá a Zanin decidir se o caso terá sequência ou não no âmbito do Supremo.

Pedido de investigação contra senador bolsonarista cai nas mãos de Zanin

“Deveriam ter jogado do penhasco”

As declarações sobre o caso do PM paulista que basearam a queixa contra Jorge Seif foram dadas por ele nas redes sociais.

“O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco”, escreveu o senador no Twitter em 4 de dezembro, ao manifestar “apoio incondicional” à PM de São Paulo e ao secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite. Depois, Seif apagou a publicação.

Em 9 de dezembro, o senador bolsonarista reconheceu no plenário do Senado que havia divulgado informações falsas sobre a vítima. “Eu fiz uma manifestação nas minhas redes sociais até dura, agressiva e, ao final, descobrimos que na verdade o rapaz era um entregador de aplicativo”, disse o senador, que repudiou “excessos, abusos de poder e agressões contra a sociedade, especialmente desarmada”.