Pecuarista de corte mineiro usa pouco o crédito oficial, aponta pesquisa

São Paulo, 10 – Os pecuaristas de corte de Minas Gerais utilizam pouco o financiamento público em seus negócios. De acordo com levantamento encomendado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), divulgado nesta sexta-feira, 10, das 130 propriedades que participaram da pesquisa e foram visitadas, apenas 21,5% usam algum tipo de financiamento oficial. Além disso, 22% conhecem linhas de crédito subsidiadas, como o programa ABC (agricultura de baixo carbono). O levantamento, que tem como objetivos reduzir a carência de dados sobre o setor e ajudar na criação de políticas públicas, é o primeiro a fornecer dados específicos sobre a produção de bovinos de corte no Estado. O estudo apontou, ainda, que 93% dos entrevistados apostam na intensificação da atividade. Apesar de reconhecer a necessidade de tecnificar a pecuária e a importância da assistência técnica para tal, apenas 33% dos pecuaristas afirmaram utilizar assistência técnica pelo menos uma vez ao ano. Além disso, a grande maioria não faz planejamento (71,7%), nem controle técnico ou financeiro (61,2%). Perguntados, ainda, sobre quais são os desafios da pecuária, 22% apontaram a dificuldade de obter assistência técnica adequada. Já 53% comentam que a ausência de políticas públicas e de mais mercados são obstáculos para que a pecuária seja mais produtiva. Em Minas Gerais, o número de cabeças de gado é o segundo maior do País, com 21,8 milhões de animais, ou 11% do rebanho nacional. Segundo o levantamento, 45,7% da produção é destinada aos frigoríficos do Estado e 42% vão para outras propriedades dentro de Minas, 7,4% para outras propriedades fora de MG e 4,9% para frigoríficos de outras unidades da federação. “Os resultados mostram que há um amplo campo de ações que podem ser desenvolvidas para fomentar o crescimento sustentável da pecuária de corte no Estado. Mas a prioridade deve ser ampliar o acesso ao conhecimento e às tecnologias. A capacitação de produtores e trabalhadores deve ser incentivada”, disse o superintendente do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), Pierre Vilela, responsável pela pesquisa.