Escolas pernambucanas estão emitindo alertas para que pais e responsáveis tomem cuidado com o acesso de filhos à série Round 6, da Netflix, que tem feito sucesso recentemente. Os episódios têm elementos que atraem atenção de crianças e adolescentes, mas são recomendados para pessoas acima de 16 anos.

A escola Vera Cruz, de Recife, apontou que a série apresenta “conteúdo de violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, cenas de sexo, palavrões”.

Diretora da escola, Gladys Brasileiro disse ao Diário de Pernambuco que o comunicado foi uma ação preventiva. “Os meninos dos anos finais têm a curiosidade. Começamos a chegar perto e poucos comentaram. Ainda não está aquele frisson, mas antes que aconteça decidimos emitir a nota para a comunidade escolar, alertando os pais. Já conversamos com professores e coordenadores e agora vamos atingir toda a comunidade, como uma forma de prevenção e proteção”.

Outra escola de Recife, Waldorf Recife, destacou que o visual e temática da série chamam atenção de crianças. “Seus cenários e enredo lúdico, trazem brincadeiras e brinquedos populares, que podem atrair crianças pequenas para assisti-la. A série tem violência explícita, tortura psicológica, suicídio e é complexa para crianças e jovens, trazendo imagens e situações que podem ser confusas para a compreensão deles”, diz o comunicado da escola.

Na continuação, o alerta também cita a necessidade de prestar atenção a conteúdos de influenciadores no YouTube, Instagram e TikTok, que podem citar detalhes da série.

Em “Round 6”, centenas de pessoas endividadas são submetidas a provas de sobreviência em busca de dinheiro. Quem não consegue cumprir tarefas e seguir regras, morre.

O autor, Hwang Dong-hyuk, já disse que não é uma série para crianças. Trata-se de uma alegoria ao capitalismo, segundo ele.

“Eu queria escrever uma história que fosse uma alegoria ou fábula sobre a sociedade capitalista moderna, algo que retratasse uma competição extrema da vida. Mas eu queria que ele usasse o tipo de personagem que conhecemos na vida real”, explicou Hwang à revista Variety.