ROMA 25 AGO (ANSA) – O fim de semana foi de negociações políticas na Itália. Enquanto o primeiro-ministro demissionário Giuseppe Conte viajou a Biarritz, na França, para representar o país na cúpula do G7, os líderes do Movimento 5 Estrelas (M5S) e do Partido Democrático (PD) permaneceram na Itália para reuniões na tentativa de formar um novo governo. Na oposição por mais de um ano, o esquerdista PD, do ex-premier Matteo Renzi, decidiu dar uma cartada para tirar Matteo Salvini, da Liga Norte, de cena.   

Assim que Salvini decretou, no início de agosto, o fim da aliança com o Movimento 5 Estrelas que sustentava o governo de Conte, o PD decidiu oferecer uma possibilidade de diálogo ao M5S para tentar formar um novo gabinete. O secretário nacional do PD, Nicola Zingaretti, e o líder do M5S, Luigi Di Maio, têm encabeçado as negociações. A discussão gira em torno da nomeação de um premier.   

Para o PD, o futuro premier precisa ser alguém que represente a “descontinuidade” da gestão anterior do M5S-Liga. Portanto, o partido se opõe fortemente à ideia de Giuseppe Conte permanecer no cargo. Já o M5S, além de ainda estar em dúvida sobre uma possível aliança com o PD, gosta da ideia de manter Conte. No entanto, o próprio premier demissionário decretou que, se for para continuar no posto, não aceitaria mais se unir a Salvini – o que obrigaria o M5S a buscar alianças alternativas. “A temporada com a Liga acabou e não será reaberta”, disse Conte, no G7, quebrando um silêncio de cinco dias. Segundo apurado pela ANSA, na manhã deste domingo (25), Di Maio teria dito a Zingaretti, por telefone, que “todo o M5S é leal a Conte”. Mas as fontes dos partidos destacam que estão ocorrendo conversas para encontrar uma solução. O nome do presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, do M5S, até chegou a ser cogitado para primeiro-ministro em um eventual governo com o PD. Caso a Itália não consiga chegar a um consenso entre os partidos para apoiar a nomeação de um novo premier, o país irá convocar novas eleições. Salvini – O líder da Liga Norte, neste momento, parece estar fora de um governo entre M5S e PD. No entanto, como existe a possibilidade desse acordo não ser concluído, Salvini ainda há uma chance de reativar a confiança de Di Maio.   

Fontes do M5S alegam que uma retomada do governo com a Liga poderia ocorrer caso o próprio Di Maio se tornasse premier e montasse todo seu gabinete com membros da própria legenda.   

Salvini poderia ficar apenas com o Ministério do Interior. Ou, em outro cenário, se Conte permanecer como premier, a Liga poderia compor o Executivo, com exceção de Salvini, vetado pelo político. (ANSA)

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