Um homem foi obrigado a enterrar a própria mãe em um cemitério de Riacho dos Cavalos (PB), por falta de funcionários no local. Franciberto Vieira Carneiro, de 47 anos, perdeu a mãe Elizabete para a Covid-19, e quando chegou ao cemitério, teve que procurar o coveiro para que pudesse dar continuidade ao enterro da idosa.

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A família de Elizabete tornou o caso público por ver que a mesma coisa havia acontecido com outras pessoas. Franciberto disse, em entrevista ao UOL, que o coveiro chegou a cavar o buraco para que a mãe fosse enterrada, mas não esperaria o corpo para finalizar o serviço. “Fui obrigado a me expor, sem equipamento necessário, porque não ia deixar o corpo da minha mãe sem enterro”, disse o agricultor. “Estou tornando o caso público para que outras famílias não passem pela mesma situação que passamos. Além da dor de perder minha mãe, eu mesmo tive que enterrá-la com ajuda dos funcionários da funerária”, explicou.

“Somos pobres e dependemos de exames, de consultas e outros serviços da prefeitura e, por isso, eu tinha ficado calado até agora. Tenho medo de ficarmos excluídos por represálias, mas, diante desse novo caso, resolvemos contar a todos para que se tome uma providência”, finalizou Franciberto. Sem o equipamento necessário, ele e outros familiares foram expostos e estão aguardando o resultado de exames para Covid-19.

Em um vídeo postado nas redes sociais, Franciberto aparece incrédulo com a situação do cemitério. “Tá vendo aí? Estou aqui no cemitério de Riacho dos Cavalos. A cova da minha mãe o coveiro cavou e disse que não ia enterrar, não. A gente está aqui esperando o corpo e vou ter de entrar aqui arriscando minha vida para enterrar minha mãe. Estou filmando para mostrar que o coveiro foi embora e eu vou ter de enterrar a minha mãe”, começou.

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Ele ainda explica que no dia anterior ao enterro da mãe, uma pessoa de “família rica” também havia morrido, e o procedimento tinha sido feito sem problemas. “O coveiro estava lá. Está havendo distinção em quem é pobre e rico. Será que isso conosco ocorreu porque somos pobres?”, finalizou Franciberto.


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