A jovem Patrícia Roberta Gomes da Silva, de 22 anos, foi encontrada morta na terça-feira (27) em uma área de mata em João Pessoa (PB). Ela estava desaparecida desde domingo (25), após viajar de Caruaru (PE) para a capital paraibana.

De acordo com a Polícia Civil, o principal suspeito do caso é Jonathan Henrique Conceição dos Santos, de 23 anos, preso horas após o corpo da vítima ser encontrado. Conforme a polícia, Patrícia saiu de Caruaru (PE) na sexta-feira e foi para João Pessoa, onde ficou hospedada no apartamento de Jonathan.

Segundo as investigações, os dois já se conheciam há cerca de 10 anos, quando Jonathan foi estudar em Caruaru, mas depois voltou a morar em João Pessoa, mantendo contato com Patrícia.

À polícia, o pai da moça contou que ela havia conhecido o jovem há algum tempo, mas a família dela teria sido contra a aproximação dos dois, que se reencontraram depois pela internet, onde passaram a se comunicar até que ele convidou-a para vir à capital da Paraíba para o fim de semana.

O suspeito havia prometido a Patrícia que a levaria para conhecer as praias da Capital paraibana. No entanto, no sábado (24), o jovem deixou a vítima sozinha no apartamento e fechou a porta, alegando que seria para a segurança dela. Patrícia ficou desesperada e chegou a contar o ocorrido para a mãe, Vera Lúcia, com quem manteve contato até o domingo (25).

De acordo com a polícia, quando o rapaz retornou, Patrícia desligou o telefone e não deu mais notícias à família. Sem informações sobre a jovem, os pais dela resolveram viajar até João Pessoa, onde procuraram a polícia e registraram um Boletim de Ocorrência na noite de segunda-feira (26).

Vizinho de Jonathan viu suspeito levando corpo

A polícia iniciou as buscas e chegou ao apartamento de Jonathan, mas não havia mais ninguém. Um dos vizinhos relatou aos agentes ter visto ele saindo de madrugada com um carrinho de mão transportando um tambor de lixo.

Conforme o vizinho, ele seguiu Jonathan, que teria ficado nervoso e deixado o tambor cair do carrinho. O vizinho afirma ter visto um corpo sendo levado. O suspeito, então, teria discutido com ele. Em seguida, Jonathan voltou para o prédio e saiu de motocicleta para concluir a tarefa.

Segundo a Polícia Civil, as imagens do circuito de segurança de prédios vizinhos mostram Jonathan saindo em disparada em uma moto com um volume semelhante a um corpo enrolado em lençol e um saco plástico.

Ritual macabro

Dentro do apartamento, a polícia encontrou um livro de magia negra e uma espécie de altar. Além disso, havia uma lista com o nome de 22 mulheres, entre elas estava o nome de Patrícia. Para a polícia, o crime teria sido premeditado.

Depois de várias horas de buscas, as Polícias Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros Militar encontraram o corpo de Patrícia em uma mata próxima a um condomínio no bairro Novo Geisel. O corpo estava enrolado no lençol, coberto por um saco plástico e preso por várias fitas adesivas, já em estado de decomposição.

O corpo de Patrícia foi levado para o Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC), onde precisará ficar por 24 horas em geladeira apropriada devido ao estado de decomposição, para então serem iniciadas as perícias.

Amigo ajudou Jonathan a se esconder

Conforme a polícia, Jonathan estava escondido na casa de Marcos Mendes dos Santos, de 23 anos. O amigo do suspeito foi até o apartamento onde Patrícia foi morta para pegar alguns pertences. Vizinhos perceberam a movimentação e ligaram para a Polícia Militar.

Marcos foi levado para delegacia e prestou depoimento. “Ele disse que era apenas amigo de Jonathas e, como não havia provas contra o mesmo, foi liberado”, informou a delegada de Crimes Contra a Pessoa (homicídios) da Capital, Emília Ferraz.

Antes de liberarem o rapaz, os policiais decidiram levar Marcos até a sua casa. “Quando chegaram lá, no bairro de Mangabeira, encontraram a moto de Jonathas e o próprio criminoso, que ainda tentou fugir, mas foi preso em flagrante”, esclareceu o Tenente-coronel Marcos Barros, comandante do 5o Batalhão da Polícia Militar.

Ainda segundo a delegada Emília Ferraz, Jonathan foi indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver e o amigo dele, Marcos Mendes, vai responder a procedimento criminal por favorecer a prática do crime e esconder uma pessoa que estava sendo procurada pela Polícia.

De acordo com a polícia, Jonathan está preso na Central de Polícia de João Pessoa, onde aguarda audiência de custódia e ficará à disposição do Poder Judiciário. O amigo dele também será processado, mas vai responder em liberdade.