Em meio à falta de leitos e de oxigênio para pacientes com Covid-19 em Manaus, no Amazonas, o Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro, comandado pelo general Pazuello, montou e financiou uma força-tarefa com médicos defensores do “tratamento precoce” da Covid-19 nas Unidades Básicas de Saúde da região. As informações são do Painel, da Folha de S. Paulo.

O “tratamento precoce” é a abordagem que presa o uso de remédios incensados pelo governo federal, mas que não contam com eficácia comprovada, como cloroquina e invermectina.

Ainda segundo o Painel, os médicos não receberam pela participação, mas tiveram diárias de hotel e alimentação financiadas pelo governo federal.

A força-tarefa teria agido na última segunda-feira (11), um dia após o governador Wilson Lima (PSC) pedir socorro ao governo federal e a outros estados pela falta de oxigênio no estado. Neste dia, os médicos estavam na plateia quando Pazuello defendeu os medicamentos e afirmou não ter “outra saída”.

A Folha de S. Paulo., teve acesso a um ofício do Ministério da Saúde que classifica como “inadmissível” a não utilização de medicações como o antimalárico cloroquina e o antiparasitário ivermectina para controlar a pandemia em Manaus.

O grupo da força-tarefa envolve cerca de dez médicos de diferentes especialidades, como infectologista, oncologista, dermatologista, entre outros, e recebeu o nome de ‘Missão Manaus’.

O Painel também informa que enviou três e-mails sobre o tema para o Ministério da Saúde por três dias, mas não obteve qualquer resposta sobre o assunto. Além disso, a coluna também questionou sobre o critério de escolha dos médicos, o valor gasto para realizar a empreitada e se há outras similares previstas.