Os Estados Unidos continuam sendo um país essencial para alavancar o processo de paz entre Israel e os palestinos para se tentar chegar a um acordo, apesar das críticas mundiais à decisão de Washington sobre Jerusalém – declarou o rei Abdallah II, da Jordânia, neste domingo (4).
“Não podemos ter um processo de paz, ou uma solução pacífica sem o papel dos Estados Unidos”, afirmou o monarca, em entrevista à rede CNN gravada em Davos e divulgada hoje.
Para Abdallah II, um aliado-chave dos Estados Unidos, esse papel continua central, mesmo depois de o presidente Donald Trump ter decidido transferir a embaixada americana de Tel Aviv, onde praticamente todos os países mantêm suas embaixadas, para Jerusalém.
Em dezembro, a Jordânia – país guardião dos lugares santos muçulmanos em Jerusalém – denunciou a decisão de Trump como “uma violação do Direito Internacional”. O anúncio foi feito em 6 de dezembro pelo presidente americano.
Abdallah reforçou suas preocupações no encontro com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, durante sua viagem pelo Oriente Médio em janeiro.
E, hoje, o monarca disse que a decisão de Trump teve um efeito negativo, ao deixar os palestinos sentindo que “não existe um intermediário confiável”.
O rei declarou, porém, que prefere manter sua opinião reservada, “porque ainda estamos esperando pelo plano (de paz) dos americanos”.
A decisão de Trump foi recebida de braços abertos por Israel, mas condenada em todo o mundo.
“Acho que temos de dar o benefício da dúvida aos americanos e trabalharmos todos juntos”, depois que a Casa Branca divulgar um plano, completou Abdallah.
Jordânia e Egito são os únicos países árabes que firmaram tratados de paz com Israel e podem desempenhar um papel-chave na reativação do processo de paz.