O ALVO Bolsonaro tenta adotar tom mais ameno, mas
para se defender dos ataques pode voltar ao tradicional estilo agressivo (Crédito:Mateus Bonomi)

Iniciada a fase de debates entre os candidatos à Presidência da República, alguns integrantes do comitê de campanha de Jair Bolsonaro (PSL) andam preocupados com a eficácia da estratégia de criar um “Jairzinho Paz e Amor”, estabelecendo um tom mais ameno e propositivo ao candidato, em vez do estilo original, de ataques e polêmicas. Como ele lidera as pesquisas sem Lula na disputa, tem sido alvo preferencial dos ataques dos adversários. E, para esses assessores, ao adotar um tom ameno parece aceitar o golpe sem reagir. Esses assessores querem a retomada do estilo mais agressivo de Bolsonaro. Não é unanimidade, porém. Há quem siga defendendo a manutenção de um tom mais amistoso para que Bolsonaro consiga assim ampliar seu eleitorado além dos grupos mais radicais.

Direita
Os que defendem o “Paz e Amor” consideram que Bolsonaro, hoje, é, na direita, semelhante ao que Lula foi para a esquerda até ser eleito pela primeira vez: um candidato com teto. Bolsonaro teria hoje cerca de 30 milhões de votos. Esse também era mais ou menos o teto de Lula em 2002. O suficiente para ser um candidato competitivo.

Ao ataque
Outro ponto que consideram é que o momento em que Bolsonaro foi ser mais agressivo acabou se voltando contra ele no debate RedeTV!/ISTOÉ na sexta-feira 18. Bolsonaro partiu para o ataque sobre Marina Silva e acabou ouvindo dela que ele “só resolve as coisas no grito”. O episódio passou a impressão de que Marina pode ser osso duro de roer.

São os funcionários

Adriano Machado / AG. ISTOÉ

A respeito de nota publicada na semana passada nesta coluna, a assessoria do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, afirma que ele nunca classificou a passagem da ministra Cármen Lúcia pela presidência do STF como “frente fria”. Os servidores do tribunal é que, segundo a assessoria, chamavam o período de “nuvem negra”. Está bem, então…

Rápidas

* Embora lidere no Distrito Federal, o slogan adotado por Jair Bolsonaro, do PSL, para a sua campanha, “Mais Brasil menos Brasília”, tem provocado incômodos. Muitos consideram a frase injusta com a cidade.

* Aos 58 anos, Brasília é bem maior que a Esplanada dos Ministérios. Somente 38% da população é de funcionários públicos. Fora sua própria representação, os maus políticos vêm de outros Estados. O brasiliense é só um eleitor, igual a qualquer outro brasileiro.

* Alguns candidatos a deputado federal nesta eleição têm irritado os eleitores brasilienses com a divulgação de santinhos por meio do whatsapp. As mensagens entram sem autorização no celulares, de forma invasiva.

* Se a campanha eleitoral deste ano tornou as ruas mais limpas, com limitação de cartazes, banners, outdoors, santinhos, etc, a sujeira parece ter sido transferida para os aparelhos celulares dos eleitores.

Retrato falado

“O Brasil não está precisando de força bruta” (Crédito:Vanessa Carvalho)

A candidata da Rede, Marina Silva, cada vez mais parece eleger o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, como seu adversário principal na disputa. Depois de protagonizar o melhor momento da campanha até aqui, ao confrontar Bolsonaro no debate da Rede TV!/ISTOÉ, ela fez uma menção velada ao adversário capitão em comício esta semana, ao dizer que o país não precisa da “força do braço”, mas da “força moral” de seu povo. Nas projeções sem Lula, Marina é a segunda colocada nas pesquisas.

Teste do cafezinho

A Câmara dos Deputados abriu licitação para contratação de máquinas de cafezinho para um anexo da casa, o Centro de Gestão e Armazenamento de Materiais (CEAM). De acordo com a proposta, o valor do contrato será R$ 80 mil para o fornecimento de 132 mil cafezinhos. A ideia da administração é utilizar o serviço como piloto. Se funcionar como se espera, a Câmara pretende ampliar o uso para os corredores dos prédios e gabinetes. Só haveria uma exceção: o fornecimento em balcão na sala reservada aos deputados ao lado do plenário. Embora hoje sirva lanches e refeições leves, o local é conhecido desde a inauguração como “Cafezinho da Câmara”.

Emendas

Durante o ano de 2018, o governo federal abriu o cofre para os parlamentares. Segundo dados que constam no Portal da Transparência, até o momento já foram pagos R$ 4,2 bilhões do Orçamento fruto de emendas parlamentares. No ano passado no mesmo período, tinham sido liberados liberou R$ 3,6 bilhões.

Amoêdo nos debates

O candidato do Partido Novo à Presidência, João Amoêdo, enviou na semana passada uma carta aos demais candidatos pedindo apoio para que participe dos debates. A legislação eleitoral obriga a participação de candidatos que tenham pelo menos a representação de cinco deputados eleitorais. A coligação de Amoêdo não dispõe desses representantes.

Geraldo Bubniak

Convite

A regra obriga a participação nesse caso. É por ela que Cabo Daciolo, do Patriota, entrou nos debates. Mas não há impedimento para que um candidato seja convidado a participar pelo organizador caso não tenha a representação mínima. Esse é o argumento de Amoêdo, para o qual pede apoio. Na terça-feira 21, a carta de Amoêdo chegou a Álvaro Dias (Podemos).

Dodge, a discreta

José Cruz/Agência Brasil

Próxima de completar um ano à frente da PGR, Raquel Dodge tem conseguido aparar arestas e colher elogios dos demais procuradores. Eles afirmam que ela trouxe a “tranquilidade necessária” para tocar investigações sensíveis, principalmente às ligadas à Operação Lava Jato.

Toma lá dá cá

 

José Carlos Araújo, vice-presidente do Conselho de Ética

A Mesa da Câmara resolveu acatar a decisão do STF e cassar o mandato de Paulo Maluf (PP-SP) sem consultar o Conselho de Ética. Ficou ruim para o Conselho?
Não sei por que a Mesa mandou o caso dele para o Conselho de Ética. Se foi assim, já deviam ter tomado essa decisão lá atrás.

Houve algum tipo de favorecimento do Conselho? Não demorou demais?
Acho que não. O Conselho fez o que tinha de ser feito. O que acho é que não deveria ter chegado ao Conselho. Ir para o Conselho de Ética é o caminho natural quando o caso não está na Justiça, ou seja, transitado em julgado.

O senhor acha que houve interferência e quebra de harmonia entre os poderes?
Não. Cada um tomou a decisão que lhe cabia. A Câmara fez o papel dela. Assim como o STF.