O ex-presidente Álvaro Uribe, opositor ferrenho das negociações com as Farc, disse nesta segunda-feira que a paz na Colômbia “não está em discussão”, e sim a eficácia e a “sustentabilidade” do processo, ao responder a uma carta do chefe máximo desta guerrilha, Timoleón Jiménez (Timochenko).

“A paz não está em discussão, estão em discussão sua eficácia, sua sustentabilidade e o risco para nossa democracia”, disse Uribe em um comunicado publicado em suas redes sociais, depois que no fim de semana Timochenko o convidou a deixar para trás “orgulhos e ódios” para conversar “sobre o futuro do país”.

No texto, no qual o ex-presidente (2002-2010) e atual senador diz que soube pelos meios de comunicação sobre a carta de Jiménez, Uribe expõe – uma a uma – suas razões para se opor aos acordos que o governo de Juan Manuel Santos está prestes a assinar em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas).

Segundo Uribe, “ter avançado no diálogo sem o fim das atividades criminosas, verificável através da concentração supervisionada, contribuiu para o aumento da criminalidade e a desconfiança no processo” de paz e isso, junto ao anúncio de uma “impunidade total” para os guerrilheiros, “gera exemplo para que ocorra mais violência e não garante estabilidade”.

O ex-presidente também critica a “instabilidade do acordo” em termos de direito internacional e nacional devido à ausência de penas de prisão para os líderes guerrilheiros e porque estes líderes poderão posteriormente participar da política.

Além disso, denuncia que suas preocupações não foram ouvidas no passado e diz que o fato de “o governo impor os textos de Havana, forçar sua incorporação à Constituição (…) com notória ilegalidade e desdém pela democracia, provoca incerteza política”.

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