‘Uma pessoa real’, reflete Paulo Mendes sobre interpretar Raul em ‘Três Graças’

Em entrevista à IstoÉ Gente, ator comentou sobre construção do personagem, parceria com Grazi Massafera e apoio familiar

Paulo Mendes vive Raul em "Três Graças"
Paulo Mendes vive Raul em "Três Graças" Foto: Reprodução/Instagram

“Três Graças”, atual ‘novela das 21 horas da TV Globo, estreou em outubro de 2025 – substituindo o remake de “Vale Tudo” e, desde então, vem conquistando telespectadores com um complexo enredo sobre gravidez na adolescência e abandono paternal e personagens extremamente carismáticos.

Na trama, Joélly (Alana Cabral) acaba engravidando cedo, assim como sua mãe e avó, reabrindo uma caixa de memórias na família, composta por mulheres que foram abandonas por seus respectivos parceiros. Refletindo uma realidade bastante conhecida no Brasil, o par da mocinha na novela, Raul (Paulo Mentes), não quer assumir o filho, e além disso, é dono de uma série de atitudes bastante questionáveis.

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Em entrevista à IstoÉ Gente, Paulo Mentes, de 21 anos, explica que considera Raul como alguém perdido e reflexo das relações disfuncionais presentes ao seu redor: “É um personagem muito interessante, muito gostoso de trabalhar. Ele é uma pessoa real, mas ao mesmo tempo, muito esquisita, ele nunca se encaixa em nenhum lugar e não se conecta com ninguém.”

“Ao longo da novela ele vai evoluindo, porque ao mesmo tempo que ele tem todas essas questões, há uma frustração que acaba indo para um lugar meio patético, não patético no sentido de ser engraçado, mas de ele não conseguir fazer nada certo.”

Além de engravidar a namora adolesceste, o personagem também é usuário de drogas, e, para pagar uma dívida de R$ 60 mil com traficantes, prometeu vender o bebê que espera com a mocinha – atitude que revoltou os telespectadores. “Muita gente leva para um lugar de ódio, outras pessoas levam para um lugar de dó e entendimento”, reflete o ator.

“Ele é resultado da falta de amor na parte mais importante da vida, quando você começa a entender as coisas. O Raul perde o pai e não tem o amor dentro de casa.”

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Contrariando a relação espinhosa entre seu personagem e Arminda, sua mãe na produção, Paulo conta que sua parceria com Grazi Massafera nos sets de gravação é excelente.

“A gente gosta muito um do outro, conversamos muito sobre a novela e sobre os personagens. Por mais que nós fiquemos naquele lugar de fazer, sempre tentamos fazer algo um pouquinho diferente a cada cena de briga. Tentamos criar juntos, então é muito bom.”

“Eu estou trabalhando com uma atriz que eu sou muito fã, que eu admiro muito, e ela abriu os braços para mim e me deu as mãos para a gente criar junto. Na minha humilde opinião, eu acredito que estejam saindo coisas muito interessantes dessas cenas e dessa relação de mãe e filho. Acho que acaba sendo uma coisa que ao mesmo tempo que tem esse ‘exagero’, mostra um lugar muito real.”

A importância do apoio familiar para Paulo Mendes

Paulo ingressou na vida artística muito jovem, aos 11 anos, quando começou a fazer dublagem. Ele explica que o apoio de sua família foi extremamente importante para o início dessa jornada e que, por sempre ter assistido a filmes com o avô e o pai, seu interesse pelas artes surgiu de forma bastante natural — uma paixão amplamente incentivada pelos familiares.

“Aos 9 anos, minha mãe me botou no primeiro curso [de dublagem] porque eu implorei para ela”, conta, divertido. “A gente ama o teatro e é uma coisa que passou de geração em geração na minha família, e que eu espero passar isso para os meus filhos e para os meus sobrinhos também.”

“Sempre tive muito apoio nisso, eles sempre me viram como alguém que poderia crescer nisso e trabalhar com isso, seja na música, atuação ou até direção.”

*estagiária sob supervisão