Na noite da terça-feira, 9, ISTOÉ recebeu para mais uma live o empresário Paulo Marinho, uma das mais influentes personalidades da sociedade carioca. Nos últimos anos, “Coelho”, como é conhecido entre os amigos, tornou-se também uma importante figura do cenário político nacional. Foi na mansão de Marinho que se ergueu partes importantes da campanha de Jair Bolsonaro. Em conversa com o diretor de ISTOÉ Germano de Oliveira, Marinho, que jogou luz sobre as possíveis relações obscuras do presidente da República, Jair Bolsonaro, com esquemas criminosos que beneficiam a família, ao admitir que ouviu de um delegado da Polícia Federal, ainda no segundo turno das eleições de 2018, sobre o vazamento de uma operação da PF que podia prender Queiroz, ex-assessor da família Bolsonaro.

Veja a entrevista:

Marinho não economizou na entrevista e afirmou: “Bolsonaro foi cruel e covarde com Bebiano”, disse. Ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebianno morreu em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Ele tinha 56 anos de idade e sofreu um infarto fulminante. “Bebianno se tornou refém da tristeza”, diz. “Ele morreu magoado e humilhado”, disse, sobre a morte de seu grande amigo e parceiro na política há quase três décadas. Foi pelas mãos de Bebianno que Bolsonaro chegou a Marinho.

O empresário nunca foi amigo do presidente, mas conheceu o clã Bolsonaro a ponto de afirmar: “A família vive uma síndrome de conspiração e, que depois do atentado da facada, virou uma coisa doentia”. Marinho disse: “Acho que no momento que esse governo do presidente bolsonaro se sentir enfraquecido, ele pode querer trabalhar com a possibilidade de uma ruptura institucional para se manter no poder.” Continua: “Bebiano tinha essa preocupação e manifestou isso diretamente para o geral Santa Cruz. Em várias ocasiões e os dois trocavam informações e preocupações.”

Aos 68 anos, Marinho, que foi um dos organizadores o primeiro Rock in Rio, e, hoje, é empresário do mercado financeiro, de mídia e da construção naval, disse na live que o senador Flávio Bolsonaro não tem capacidade de representar o Rio de Janeiro. Presidente do PSDB no estado, ele, apesar de entender que o país vive uma agenda negativa é contra o impeachment do presidente. “Nós temos que pagar o preço de ter eleito Bolsonaro”.