Rapaz, a irritação é tanta que nem sei por onde começar. Aliás, sei, sim. Por mais um pedido de desculpas.
Assim como já me desculpei por ter votado neste caos ambulante chamado Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, no segundo turno de 2018 – a alternativa poste não era nada melhor! -, agora me desculpo por ter, em algum momento, elogiado, apoiado e defendido o tal Posto Ipiranga.
Além de comprovadamente incompetente como superministro da economia, o cara é uma usina de frases estúpidas. Talvez, até mais que o seu patrão aloprado, o devoto da cloroquina. Não há dia em que Guedes não fale besteira. Se disputassem a Copa do Mundo de besteirol, ele e Bolsonaro empatariam até na disputa de pênaltis.
Dentre suas pérolas está a das ‘domésticas na Disney’. Também já falou que ‘filho de porteiro não deveria fazer faculdade’. E que ‘o dólar não está caro, e mesmo se estivesse, não faz mal algum’. E essa semana mandou: ‘se a energia aumentar um pouquinho, que mal faz’? Bem, eu explico ao ‘habitante de Nárnia’ o mal que faz.
O BRASIL REAL
Certa vez, em Fortaleza, numa viagem de trabalho, percebi o tamanho do impacto da energia elétrica na vida dos mais pobres. Mas Guedes não tem a menor ideia do que seja um pobre de perto. A concessionária local realizava um feirão, dando descontos diversos (multas, juros etc.), parcelando os débitos em atraso, pois cerca de 25% dos lares estavam com a energia cortada. Quer que desenhe, PG, ou deu para entender?
Inflação descontrolada, câmbio hiperdepreciado, desemprego recorde, economia estagnada… Não há um mísero indicador econômico que possamos comemorar, e o ‘liberal’ ainda quer aumentar os impostos, veja, só. E mais: quer dar calote em dívida pública. Sim! E não é um comunista, não. É um ‘Chicago Boy’. Só rindo mesmo!
Mas ainda pior que o calote é a chantagem como argumento: ‘Quer pagar precatório ou comprar vacina’? Ora, deixe de ser vigarista, Paulo Guedes! Você não tem mais idade para isso, não. Respeite suas rugas e cabelos brancos, pô. Queremos vacinas e queremos pagar as dívidas, pois quem deve tem de pagar, no caso, os precatórios que vencem ano que vem e que esse desgoverno quer ‘barrigar’.
O que não queremos são gastos desnecessários e superfaturamento de 1.000%. O que não queremos são privilégios para os militares nem assistencialismo eleitoral. O que não queremos são gastos milionários secretos com o cartão corporativo. O que não queremos é pagar as contas dos passeios de moto, jet ski e jatinho, nem férias milionárias – duas vezes ao ano! – do seu patrão golpista. Ou tampouco um governo homicida que atirou o dólar para ‘o infinito e além’, e que já explodiu a inflação para mais de dois dígitos, sobretudo combustíveis e alimentos.
Se ao invés de querer dar calote, você conseguisse controlar os gastos do seu mito, já ajudaria a sobrar dinheiro. E sabe o que também não queremos? Um idiota como você dando as cartas na economia do País. Mas acho que é querer demais, né?, de um governo que tem outro idiota – ainda muito maior! – na Presidência da República.