Paulo Figueiredo, principal aliado do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na articulação nos Estados Unidos por punições a autoridades brasileiras, afirmou nesta quinta-feira, 21, que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tiveram seus vistos revogados pela Casa Branca.
Procuradas pela IstoÉ, a assessoria de Lewandowski afirmou que o ministro não recebeu nenhuma comunicação; a de Pacheco disse que Figueiredo não é representante oficial nos EUA e não há nada oficial.
Em publicação nas redes sociais, o blogueiro e neto do ditador João Figueiredo associou as sanções ao indiciamento de Eduardo e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal, na noite de quarta-feira, 20, justamente por atos relacionados à empreitada americana do parlamentar.
A empreitada por sanções
Desde que o “03” foi aos EUA com o objetivo declarado de mobilizar autoridades americanas contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator dos processos contra seu pai na corte — Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado e poderá ser condenado a até 43 anos de prisão –, a Casa Branca tem mirado no Judiciário brasileiro e atingido de forma mais efetiva outros setores do país.
Falando em uma “caça às bruxas” sofrida pelo aliado, o presidente Donald Trump impôs tarifas de 50% sobre parte relevante dos produtos brasileiros enviados aos EUA, o Departamento de Estado americano revogou os vistos de oito ministros do Supremo e Moraes foi enquadrado na Lei Magnitsky, dispositivo usado para punir estrangeiros que violam os direitos humanos e considerado uma “morte financeira” para seus alvos.