Os bastidores do Santos se agitaram mais uma vez nesta terça-feira. Em entrevista coletiva no CT Rei Pelé, o superintendente de futebol Paulo Autuori anunciou que não permanecerá mais no clube da Baixada Santista na próxima temporada. Ficará apenas até o final deste ano, apesar de seu contrato terminar apenas em dezembro de 2020.

Autuori explicou a decisão, mostrando certo descontentamento com a falta de “estratégia” do presidente José Carlos Peres. “Eu estarei até dezembro fazendo meu trabalho, mês que vem. Eu particularmente já defini. Eu me propus vir aqui (na sala de imprensa) poucas vezes e já vim três (para ‘apagar incêndios’). Não quero vir mais. Minha decisão, a minha, é em dezembro. Nenhuma (possibilidade de ficar em 2020)”, disse o dirigente, que lembrou de sua trajetória no futebol.

“Eu sou homem de futebol e como tal tenho minhas ideias e opiniões. São minhas, exclusivamente. Tenho uma imagem que carrego com orgulho na minha carreira. Não de vitória ou títulos, hoje há necessidade de falar que é ganhador, não conheço ninguém que não queira ganhar. Para falar mais precisamente, nenhum profissional não quer ganhar. Costumo dar minha opinião sobre temas ligados ao futebol. Quando sinto que esses temas são colocados pela figura máxima da instituição de uma maneira que não concordo, por ter visão completamente distinta, volto ao último papo com vocês. Usei o termo incomodado. E decisão é essa”, comentou.

Autuori afirmou que o técnico argentino Jorge Sampaoli vai se posicionar sobre 2020, mas ainda não há nada marcado neste sentido. O superintendente de futebol terminará o seu trabalho neste ano e ajudará no planejamento da próxima temporada. “Eu não sei ele (o Sampaoli). Mas a minha decisão é que eu estarei no clube até dezembro fazendo meu trabalho. Dezembro, mês que vem. Eu já defini. A minha decisão é dezembro”, completou.

Um dos problemas com Peres foi a declaração recente do presidente, que, no último domingo, pediu que o meia peruano Cueva, afastado do time em setembro logo depois de se envolver numa confusão em uma boate de Santos, fosse escalado no time para que se valorizasse – o clube pretende vender o atleta em janeiro.

“Só tem uma pessoa que pode colocar ou tirar jogador em termos técnicos, táticos, comportamentais. É o treinador. Isso vou defender até a morte. Fui treinador até pouco tempo atrás e jamais vou permitir esse tipo de interferência em relação àquilo que é a autoridade e a liberdade que o treinador tem”, disse.

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Autuori foi contratado pelo Santos em julho deste ano e já era o dirigente do futebol com mais tempo no cargo na gestão de Peres. Antes dele, o clube teve Gustavo Vieira de Oliveira (ficou no clube por 45 dias), Ricardo Gomes (dois meses) e o ex-jogador Renato, que se afastou pouco tempo após assumir a função e retornou ao clube como coordenador técnico de desenvolvimento.


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