Um dia após a despedida oficial de Pedro Martins, a caminho do Vasco, o Cruzeiro oficializou Paulo André interinamente na função de diretor de futebol. O ex-zagueiro trabalhava diretamente com os jogadores, e agora assume o cargo com a missão de resgatar a força do clube. “É um orgulho oficialmente poder assumir essa posição para ajudar o Cruzeiro a alcançar os objetivos do ano”, afirmou, reconhecendo que o time fracassou na Copa do Brasil e ainda decepciona na Sul-Americana.

Pedro Martins optou pela proposta do Vasco após virar vítima de críticas dos torcedores por jamais admitir falhas no projeto do Cruzeiro. O time lutou contra a queda em 2023, fracassou no Estadual deste ano e começou mal no Brasileirão. Paulo André mostrou humildade para reconhecer algumas falhas.

“Faz dois anos e quatro meses que o Ronaldo assumiu a gestão do clube e desde então os principais objetivos esportivos e financeiros foram atingidos, dentre eles o acesso à Série A, no ano passado a manutenção na primeira divisão e a (vaga) na Sul-Americana”, iniciou, antes de admitir que a largada em 2024 está um pouco aquém do esperado.

“Pela primeira vez, neste ano, tivemos uma falha no nosso objetivo que foi a queda na primeira fase da Copa do Brasil. Evidentemente não estava nos planos e para a gente foi um grande fracasso. Em todos os outros objetivos a gente continua vivo (esqueceu-se da perda do título estadual)”, disse, antes de avaliar outras competições.

“Reconhecemos um desempenho abaixo do esperado na Copa sul-americana. Entendemos, pelo tamanho do Cruzeiro, por sua história, que deveria ter no mínimo sete pontos (empatou três vezes) e agora é correr atrás nos três jogos que restam para conseguir a classificação e voltar ao status normal”, prosseguiu. “O Brasileirão começou agora, tivemos três jogos, estamos com 44,4% de aproveitamento e queremos terminar na primeira página e vamos fazer de tudo pelo objetivo.”

Além da saída de Pedro Martins, o clube despediu o técnico Nicolás Larcamón e trocou o goleiro Rafael Cabral com o Grêmio após críticas ao desempenho entre as traves por parte da torcida. Paulo André admitiu que não esperava tantos percalços.

“Evidentemente que a gente não esperava que o ano fosse turbulento nesses quatro primeiros meses. A queda na Copa do Brasil talvez seja a mais impactante, pelo fato financeiro e pelo objetivo esportivo”, lamentou. “Tem vários outros fatores, é futebol, estamos propensos a várias situações e no caso específico do Rafael Cabral foi um pedido dele. Me ligou e pediu para ser negociado.”

Sobre o futuro, esbanjou confiança que o clube ainda vai ter bons frutos em 2024. “O balanço do ano até aqui é de que poderia ter desempenho maior. Precisamos ter mais estabilidade porque os desafios serão grandes”, admitiu, garantindo aparecer mais para “explicações. “Hoje minha função como diretor de futebol do clube é ser o porta-voz de fato nos momentos bons e ruins e estarei sempre aqui explicando as questões do dia a dia e rotinas e sucessos e fracassos. Esse é meu papel agora”, seguiu. “Tenho convicção que sou capaz, não faço nada sozinho, temos um gigantesco grupo de trabalho aqui e a presença do Paulo Autuori que nos dá segurança e crença que as coisas vão se dar bem até a gente encontrar novos caminhos.”