“Breno tinha pressa para tudo, talvez soubesse que não viveria tanto tempo”, disse a roteirista Paula Fiúza, esposa do cineasta Breno Silveira, que morreu há dois meses. Em uma longa entrevista ao Globo publicada nesta segunda-feira (18), a viúva contou como tem sido os dias sem ele.
“Breno tinha paixão por mim, pelas filhas, pelas nossas cinco cachorras, pelo cinema, por sua equipe. Se jogava inteiro, era visceral. Colocava cada fiapo de cabelo, cada célula do corpo no set. Queria fazer tudo do melhor jeito. Acabou esticando demais a corda. O legado que deixa é esse de fazer tudo direito, com amor, de botar alma e não deixar de fazer nada por medo de errar”, relembrou.
Breno teve um infarto fulminante enquanto trabalhava nas filmagens do longa “Dona Vitória“, estrelado por Fernanda Montenegro. “Ele estava editando a segunda temporada de ‘Dom’, escrevendo a terceira e tinha que encaixar ‘Dona Vitória’ no meio por causa da agenda comum com a Fernanda Montenegro. Só que Breno estava absurdamente estressado, vinha numa batida louca. Ele, que sempre teve mega energia, me dizia: ‘Não estou dando conta’. Estava arrependido de ter pego tanta coisa ao mesmo tempo.
Breno ligou para o médico da família, um pediatra, queixando de um aperto no peito. E ele orientou que tomasse duas aspirinas e fosse para o hospital. Breno tomou três, mas não seguiu a outra orientação, continuou trabalhando. Quando sentou-se diante do monitor para assistir às cenas gravadas, apagou. Tentaram reanimá-lo. Em vão, relatou o jornal.
Segundo a publicação Paula mal se manteve de pé. Só lembra de “urrar” e ouvir, dilacerada, a pergunta da filha mais nova de Breno: “Como vou viver sem pai nem mãe?”.
A Conspiração Filmes e o Globoplay darão continuidade ao “Dona Vitória” e Andrucha Waddington vai assumir a direção. “O filme precisa ser terminado com um olhar de homenagem, de carinho por tudo que ele fez. De certa maneira, Breno deu a vida por ele”, desabafou ele, que foi amigo de longa data de Breno.
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