Ele, Jair Bolsonaro, apareceu. Após quarenta e quatro horas de sumiço e de silêncio, ele apareceu e falou por pouco mais de cinco minutos. Melhor assim, a sua voz é tóxica.

O seu pronunciamento foi compatível à sua estatura como político: zero. Meia dúzia de bobagens, e o refrão tão repisado de que ele joga dentro das quatro linhas da Constituição. Mérito? Não. Dever.

Jair Bolsonaro parabenizou os eleitores que nele votaram, mas em nenhum momento pronunciou uma única palavra em reconhecimento ao triunfo eleitoral de Lula. Talvez tenha considerado que sua expressão abatida falaria por si só. Falou! Cadê aquela velha arrogância, cadê? Arremedo de governante…

Até 19 de dezembro ou 1 de janeiro, datas respectivas da diplomação e posse de Lula, pode Bolsonaro voltar a perturbar o Brasil? Pode sim, nada que se precise levar a sério, será somente presepada como foram tantas nos últimos quatro anos. Nada de grave ocorrerá, nada de golpe, e isso não pesa a favor do presidente: aceitar a derrota nas urnas para Lula e despedir-se do governo não é mais que seu dever e sua obrigação.

Bolsonaro criticou, e aí também não fez mais do que deveria mesmo fazer, os caminhoneiros que estão atravancando as estradas. Melhor fizeram torcidas organizadas que desceram dos ônibus e falaram na cara dos arruadores que elas iriam passar para ver o time jogar hoje à noite. Os transgressores murcharam e os torcedores seguiram viagem.
Os caminhoneiros arruaceiros se apequenaram. Assim como o “imbrochável”, politicamente, agora “brochou”.