23/03/2022 - 1:32
Em entrevista ao Estadão, nesta terça-feira (22), o prefeito do município de Luís Domingues, no Maranhão, Gilberto Braga (PSDB), disse que um dos pastores que controlam o gabinete paralelo no Ministério da Educação pediu pagamentos em dinheiro e até em ouro em troca da liberação de recursos para a construção de escolas e creches.
+ Ministro da Educação diz priorizar amigos de pastor a pedido de Bolsonaro
A revelação foi feita pelo jornal, que publicou um áudio do prefeito no qual ele confirma que o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar demandas da prefeitura, além de 1 kg de ouro após a liberação dos recursos.
Ouça o relato do prefeito Gilberto Braga, de Luis Domingues (MA), ao @Estadao pic.twitter.com/8URezzTN7l
— Felipe Frazão (@felipefrazao_) March 23, 2022
“Ele disse que tinha que ver a nossa demanda, de R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar (a demanda no MEC). E, na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto, X. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”, disse Braga ao Estadão.
Segundo o prefeito, a conversa aconteceu em abril de 2021, durante um almoço no restaurante Tia Zélia, em Brasília, após uma reunião com o ministro da Educação Milton Ribeiro.
Nesta segunda (21), o jornal Folha de S.Paulo divulgou um áudio no qual Ribeiro afirma, em um encontro com prefeitos, que priorizava amigos do pastor Gilmar Santos, que junto com Arilton Moura têm negociado com prefeituras a liberação de verbas para obras, a pedido do presidente Jair Bolsonao (PL).
“A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse Ribeiro. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse o chefe da pasta da Educação.