O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou o pastor Osório José Lopes Junior, de 42 anos, pelo crime de estelionato. Isso ocorreu após um empresário, que preferiu não se identificar, registrar uma notícia-crime na qual afirmou que realizou diversos depósitos financeiros na conta do religioso. O prejuízo total foi de R$ 297,5 mil. Agora, caberá à Justiça aceitar ou não a denúncia. As informações são da Folha de S.Paulo.

A denúncia afirmou que, “revestindo-se de autoridade religiosa e falando na palavra de Deus, Osório oferece a seus seguidores ‘a possibilidade de investimentos financeiros incríveis’”.

A promotora Daniele Maciel da Silva ressaltou que o pastor utiliza as redes sociais como meio para atrair possíveis vítimas. Principalmente pelo seu canal no YouTube, que conta com mais de 100 mil inscritos.

O MP-SP também relembrou em um outro trecho do documento que Osório responde pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro. Ambos ocorreram no estado de Goiás. Por causa deles, o religioso ficou detido entre 18 de maio de 2018 e 3 de setembro de 2018, porém obteve sua liberdade por meio de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Denúncia de São Paulo

Em depoimento, o empresário afirmou que resolveu investir o seu dinheiro com o pastor após receber promessas de retornos bilionários.

Osório afirmou que possuía a “Letra do Tesouro Mundial” e que ela valeria uma fortuna. No entanto, o Banco Central e o Tesouro Nacional informaram que esse título não existe.

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O empresário relatou que firmou o primeiro contrato com Osório no dia 16 de março de 2020 e depositou R$ 30 mil para o pastor. O documento afirmava que o homem teria participação em quotas societárias correspondentes a 0,50%. E essas operações, dizia o pastor, estariam avaliadas em R$ 3 trilhões, com possibilidade de atingir R$ 4 trilhões.

A partir desse momento, o religioso passou a pedir mais dinheiro para o empresário.

“Em 12 de maio de 2020, mantendo a vítima em erro, Osório ofereceu a ela, como garantia do pagamento da obrigação, uma nota promissória no valor de R$ 2,933 quatrilhões”, apontou o documento elaborado pelo MP-SP.

Em um trecho da denúncia, a promotora afirmou que o pastor chegou a firmar um termo para quitar a sua dívida com o empresário no valor de R$ 297,5 mil. No entanto, o empresário relatou que não recebeu essa quantia.

Acidente

Ainda de acordo com o seu depoimento, o empresário afirmou que recebeu um automóvel Land Rover, como forma de pagamento.

Ele contou que, no mesmo dia, estava dirigindo pela rodovia Castello Branco, em direção a Londrina (PR), quando sofreu um acidente. De acordo com o empresário, o veículo capotou diversas vezes.

Defesa

O escritório Costa Ferreira Advogados Associados, que representa o pastor Osório, disse por meio de nota que o religioso e o empresário firmaram um negócio. E ressaltou que os débitos teriam sido quitados com o pagamento de R$ 90 mil e a entrega de um carro de luxo.

Ao ser questionado sobre o acidente, o escritório acrescentou que o automóvel havia passado por vistoria e estava em boas condições. Para a defesa, “a denúncia é inepta (absurda), apesar dos argumentos da douta Promotoria”.

A promotora Daniele Maciel da Silva também foi procurada pela Folha de S.Paulo para comentar essa suposta quitação da dívida, mas o Ministério Público de São Paulo informou que ela não iria se pronunciar.


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