Confesso que em matéria de políticos e de política, eu já vi tudo, ou quase, hehe. Sim, porque segundo matéria veiculada no site de O Tempo, de acordo com o advogado que representa o ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, “na área da arena, também tinha um passarinho ameaçado de extinção. Será que é razoável não ter compensação alguma?”, e por isso as contrapartidas exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) teriam sido, em tese, exageradas.

A declaração veio em resposta à reportagem do site, que entrou em contato para saber o porquê Kalil tenta impedir que a Prefeitura de São Paulo seja ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (CMBH), acerca das contrapartidas exigidas pelas construções da Neo Química Arena, do Corinthians, e Allianz Parque, do Palmeiras. “Você não pode fazer a comparação entre os empreendimentos. Precisa verificar qual o dano ambiental que cada empreendimento causou, porque a contrapartida depende disso”, afirmou o advogado.

Em curso na CMBH, a CPI pretende apurar possível uso da administração municipal, pelo ex-prefeito, para fins pessoais (pagamento de viagens e outras despesas suas e de sua família), eleitorais (distribuição de cargos e recursos públicos a aliados) e políticos (prejudicar a construção do estádio e atrapalhar a atual administração do Atlético por briga interna com opositores no Clube). Nesse sentido, os vereadores tentam entender por que a Arena MRV teve contrapartidas na ordem de 250 milhões de reais, valores infinitamente superiores aos cobrados dos clubes paulistas.

É de se estranhar a posição do ex-mandatário da capital mineira e do alvinegro de Belo Horizonte, pois deveria ser o primeiro a querer que os fatos sejam esclarecidos, já que insiste em dizer que jamais atuou em desfavor da construção do estádio. Kalil, inclusive, poderia aproveitar o requerimento dos vereadores neste sentido, e esclarecer o motivo das contrapartidas viárias e ambientais, em áreas distantes da Arena MRV, exigidas pelo Poder Público, ou mesmo as exigências inéditas impostas ao próprio empreendimento, sem contar a morosidade excessiva das licenças e alvarás, que atrasou o curso da obra, encarecendo sobremaneira a “casa própria” tão desejada e aguardada pela massa atleticana.