Nada mostrou de forma mais clara a incompetência oficial e a politização criminosa da Saúde do que o caos durante a pandemia. O último capítulo dessa negligência ocorre com a incompetência em exigir o passaporte da vacina para viajantes que entram no País. Nesta terça-feira, 14, reinava a mais absoluta desinformação nos postos de entrada em aeroportos, mesmo que a Anvisa tenha recomendado a medida há vários dias e o Supremo tenha exigido o cumprimento da norma no último fim de semana.

Esse descontrole é planejado. Não se trata apenas de incompetência. O governo Bolsonaro tenta a todo o custo minar as medidas de controle do coronavírus, mesmo que o mundo esteja em alerta com a rápida expansão da Ômicron. É uma ação contra a saúde pública. Estudo recente mostrou que os países que adotaram o controle sobre os vacinados estimularam a imunização e registraram queda no número de óbitos. Israel é um dos principais exemplos.

Aqui, Jair Bolsonaro continua investindo contra essas medidas elementares de combate à Covid. Em evento recente no Palácio do Planalto, ele comemorou com sanfoneiros que na dependência oficial da sede do Executivo “era proibido usar máscaras”. A CPI da Covid já elencou os diversos crimes do presidente durante a pandemia. A falta de punição tem estimulado o chefe do Executivo a continuar em seus ataques.

O recente apagão digital que tirou do ar o site do Ministério da Saúde, ainda não devidamente apurado nem corrigido, impediu que os brasileiros comprovassem sua vacinação. O apagão burocrático nas fronteiras corre o risco de tornar o Brasil um paraíso para infectados, um local privilegiado para a disseminação da doença.

O País avança mesmo como o desgoverno Bolsonaro. Apesar das sabotagens, o Brasil é um dos países com maior índice de vacinação, graças ao SUS e a décadas de campanhas exemplares de imunização. A população está conseguindo vencer a doença mesmo sem contar com um governo à altura. Que as eleições de 2022 sirvam para eliminar também os males que contaminam a administração pública.