Um homem que reclamou das condições de uma aeronave da Air India, companhia responsável pelo avião que caiu nesta quinta-feira, 12, causando ao menos 290 mortes na Índia, estava no mesmo Boeing 787-8 Dreamliner que se acidentou em Ahmedabad horas mais tarde.
As informações foram publicadas por Akash Vatsa em uma foto nas redes sociais (imagem principal) e checadas pela IstoÉ por meio de informações disponíveis nos sites FlightRadar e FlightAware.
Vatsa foi um passageiro do voo AI423, que partiu da capital Nova Delhi às 9h50 e pousou em Ahmedabad às 11h16 (nos horários locais). Às 13h38, o mesmo Boeing decolou para o voo AI171, com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres, na Inglaterra. Após cerca de 30 segundos no ar, os pilotos emitiram um alerta de “Mayday”, usado para emergências, mas o avião colidiu com um prédio e caiu antes que o contato pudesse ser retomado.
A bordo da avião, o homem relatou mau funcionamento do sistema de entretenimento e do ar-condicionado. “Nada está funcionando direito”, afirmou.
I was in the same damn flight 2 hours before it took off from AMD. I came in this from DEL-AMD. Noticed unusual things in the place.Made a video to tweet to @airindia i would want to give more details. Please contact me. @flyingbeast320 @aajtak @ndtv @Boeing_In #planecrash #AI171 pic.twitter.com/TymtFSFqJo
— Akash Vatsa (@akku92) June 12, 2025
Avião caiu logo após decolagem
A aeronave transportava 242 pessoas no momento do acidente. Segundo as autoridades locais, ao menos 290 mortes estão confirmadas no local, entre vítimas a bordo e no prédio atingido durante a queda. Um homem de 40 anos, passageiro do assento 11A, sobreviveu.

Boeing 787-8 Dreamliner colidiu com prédios em Ahmedabad, na Índia
Rafael Santos, piloto-comandante de Boeing, afirmou à IstoÉ que a colisão foi a primeira com vítimas do Boeing 787-8 Dreamliner. “É um modelo com enorme número de unidades produzidas, extremamente seguro e confiável”, disse. Na avaliação do piloto, o vídeo da queda e as informações divulgadas indicam a possibilidade de um “problema de operação”, mas não há como tirar conclusões definitivas até a conclusão das investigações.
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Brasil teve exemplo similar
Em agosto de 2024, um caso tragicamente similar ocorreu no Brasil. Um dia antes do acidente com o voo 2283 da Voepass, que causou 62 mortes na cidade de Vinhedo, em São Paulo, a escritora e jornalista Daniela Arbex voou pela companhia de Guarulhos a Juiz de Fora, em Minas Gerais, no mesmo avião que cairia no interior paulista.
Arbex relatou que o ar-condicionado não funcionou durante o trajeto e passageiros chegaram a passar mal. À IstoÉ, ela acrescentou que não foi a primeira vez que passou por problemas com a Voepass: “Em outra ocasião, pedi para meu contratante alterar a passagem”.
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