O papa Francisco surpreendeu e percorreu a Praça de São Pedro no Vaticano com seu papamóvel para acenar aos fiéis no Domingo de Páscoa, após o tradicional discurso na varanda sobre a entrada da Basílica.
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O pontífice, de 88 anos e ainda em recuperação do tratamento contra uma pneumonia quatro semanas após receber alta do hospital, percorreu a praça por alguns minutos e abençoou alguns bebês, escoltado por vários seguranças.
Durante a Vigília Pascal, no sábado (19), o papa Francisco pediu que os fiéis se tornem “mensageiros de esperança” em defesa de “todos os pobres e oprimidos da Terra” e de “mulheres humilhadas e assassinadas”, em sua homilia. O texto foi lido pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do colégio cardinalício e escolhido pelo pontífice de 88 anos para representá-lo na cerimônia enquanto ele ainda se recupera.
O Papa chegou a aparecer brevemente na basílica antes da Vigília Pascal e foi aplaudido pelos fiéis presentes no local, mas não ficou para a celebração e retornou para a Casa Santa Marta, onde tem se mantido recluso desde que recebeu alta do Hospital Agostino Gemelli, em 23 de março.
“Reproduzir a Páscoa na nossa vida e tornarmo-nos mensageiros de esperança, construtores de esperança, enquanto tantos ventos de morte ainda sopram sobre nós”, escreveu Jorge Bergoglio na homilia.
“Toda a nossa vida pode ser uma presença de esperança […] para os que desistiram ou estão curvados sob o peso da vida, para quem está sozinho ou fechado na própria dor, para todos os pobres e oprimidos da Terra, para as mulheres humilhadas e assassinadas, para as crianças maltratadas e para aquelas que nunca nasceram, para as vítimas da guerra”, acrescentou.
Segundo o pontífice, não é possível celebrar a Páscoa “sem enfrentar as noites que trazemos no coração e as sombras de morte que muitas vezes pairam sobre o mundo”.
“Quando ainda sentimos o peso da morte dentro do nosso coração, quando vemos as sombras do mal que continuam a sua marcha ruidosa no mundo, quando sentimos arder as feridas do egoísmo ou da violência na nossa carne e na nossa sociedade, não desanimemos. Ainda que estejamos nas trevas, a luz brilha lentamente; aguarda-nos a esperança de uma vida nova e de um mundo finalmente libertado”, salientou.
Essa é a primeira vez desde o início de seu pontificado que Bergoglio não participa presencialmente das celebrações da Semana Santa.
O papa Francisco não participou da Paixão do Senhor na Basílica de São Pedro, evento que marca uma das ocasiões mais importantes do calendário cristão por simbolizar a crucificação e morte de Jesus Cristo e que acontece sempre na sexta-feira anterior à Páscoa.
A cerimônia foi celebrada pelo cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, mas havia a expectativa de pelo menos uma breve aparição do pontífice, assim como ocorrera na missa do Domingo de Ramos, em 13 de abril.