O partido espanhol Vox investiga na Bolívia as ligações entre o líder do Podemos, Pablo Iglesias, e funcionários do governo do ex-presidente Evo Morales, bem como o incidente na embaixada mexicana em La Paz que envolveu diplomatas espanhóis, informaram líderes do grupo de extrema direita nesta quinta-feira.

Víctor González, vice-presidente do Vox, e o eurodeputado Hermann Tertsch, também deste partido, se reuniram em La Paz com os ministros do Governo (Interior), Arturo Murillo, e da Defesa, Fernando López, em busca de informações sobre os elos entre o Podemos e Iglesias com ex-ministros de Morales, como Juan Ramón Quintana, asilado na residência mexicana.

“Queremos muita clareza sobre que vínculos existem entre Quintana e outros ex-líderes do regime de Morales e o partido Podemos na Espanha”, disse Tertsch em entrevista coletiva.

Uma versão dos fatos que circula na imprensa na Bolívia afirma que o governo de Morales fez contribuições econômicas para Iglesias.

Quintana e outros ministros estavam asilados desde que Morales renunciou, em 10 de novembro, após quase 14 anos no poder.

González e Tertsch também disseram que querem esclarecer o que aconteceu com a encarregada de Negócios espanhola, Cristina Borreguero, e o cônsul Álvaro Fernández, que chegaram na sexta-feira passada à embaixada mexicana com funcionários do Grupo de Operações Especiais (GEO), de acordo com a versão do governo interino de La Paz, “encapuzados e aparentemente armados”.

É preciso “investigar o que aconteceu aqui, investigar os eventos muito raros até as últimas consequências”, disse González, enquanto Tertsch declarou que chama a atenção esse “estranho surgimento de pessoas encapuzadas que iam para a embaixada mexicana”.

Devido a esse incidente, a presidente interina de direita Jeanine Áñez expulsou os dois diplomatas espanhóis e a embaixadora mexicana, María Teresa Mercado, que deixou o país na terça-feira passada. A Espanha, por reciprocidade, também expulsou três diplomatas bolivianos.

Os ministros Murillo e López deram as informações que eles têm aos líderes da Vox, que disseram que continuarão a investigar em seu país também.