O partido governante na Escócia anunciou, nesta sexta-feira (20), um acordo para alcançar uma maioria separatista no Parlamento regional, o que impulsiona seus aliados ambientalistas aos seus primeiros cargos de governo no Reino Unido.
O acordo entre o Partido Nacional Escocês (SNP) e o Partido Verde Escocês precisa da aprovação de seus membros, mas estreita os vínculos entre ambos os partidos que apoiam a realização de um novo referendo de independência.
O acordo promete organizar uma nova consulta antes da primeira metade da atual legislatura, em 2024, se a crise do coronavírus tiver acabado.
A primeira-ministra escocesa e líder do SNP, Nicola Sturgeon, espera conseguir o referendo, apesar da firme oposição do governo britânico.
“Por mim, estou determinada a que haja um referendo de independência”, disse em coletiva de imprensa conjunta em sua residência oficial em Edimburgo.
O SNP e o Partido Verde Escocês escolheram “trabalhar juntos e não fazemos isso por necessidade, mas pelo bem comum”, afirmou. “Neste acordo também reafirmamos nosso compromisso compartilhado de garantir a independência”.
O texto do pacto garante, porém, que não se trata de uma coalizão.
O líder ambientalista Patrick Harvie celebrou o pacto como um “momento histórico”, mas insistiu que os dois partidos manteriam suas “vozes distintas”.
Os verdes contam apenas com oito cadeiras das 129 do Parlamento escocês, que tem competências em áreas como saúde, educação, transporte e meio ambiente.
O SNP, que apostou na oposição da Escócia à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), tem 64, pouco abaixo da maioria absoluta.
No referendo de 2014, 55% dos eleitores rejeitaram a independência. O SNP estima, no entanto, que o Brexit mudou a situação.