A deputada Diane Abbott, primeira mulher negra eleita ao parlamento britânico e figura emblemática da esquerda, foi suspensa nesta quinta-feira (17) do Partido Trabalhista após reiterar declarações polêmicas sobre racismo.
A suspensão ocorreu após declarações de Abbott à BBC, nas quais afirmou que é “estúpido afirmar que o racismo relacionado à cor da pele é idêntico a outras formas de racismo”.
A decisão chega após a exclusão pelo primeiro-ministro Keir Starmer de quatro deputados de seu partido para reafirmar sua autoridade, depois que eles se rebelaram contra a reforma dos auxílios sociais.
“Diane Abbott estará submetida a uma suspensão administrativa do Partido Trabalhista, enquanto as investigações estiverem em andamento”, disse o porta-voz do partido.
Abbott, de 71 anos, candidata à direção do Partido Trabalhista em 2010, goza de grande respeito dentro da legenda.
Mas provocou polêmica em 2023 quando escreveu em uma carta à revista Observer que irlandeses, judeus e ciganos “sem dúvida sofrem preconceitos” que são “similares ao racismo”, mas “não enfrentam o racismo durante toda a vida”.
Aliada próxima do ex-líder de esquerda Jeremy Corbyn, Abbott ficou suspensa do partido durante mais de um ano.
Embora tenha voltado atrás em suas declarações e se desculpado por “qualquer angústia causada”, reiterou um argumento similar em sua entrevista à BBC exibida nesta quinta.
“Evidentemente, há uma diferença entre o racismo relacionado à cor e outros tipos de racismo porque”, quando “você vê um cigano ou um judeu caminhando na rua, você não sabe” que são ciganos ou judeus, “a menos que pare para falar com eles ou esteja em uma reunião com eles”, declarou Abbott.
jkb/pdh/djb/liu/dsa/eg/mel/rpr/am