Partido pró-UE vence eleição na Moldávia e frustra Rússia

CHISINAU, 29 SET (ANSA) – As eleições parlamentares na Moldávia terminaram com uma vitória de forças favoráveis à integração do país à União Europeia e uma derrota para a Rússia, acusada de tentar interferir nos resultados da votação para afastar Chisinau de Bruxelas.   

O Partido da Ação e Solidariedade (PAS), da presidente Maia Sandu, obteve 50,17% dos votos, contra 24,18% do Bloco Eleitoral Patriótico (BEP), tido como pró-Moscou, com 99,96% das urnas apuradas.   

“A Rússia jogou tudo que tinha de sujo nessa briga”, denunciou o líder do PAS, Igor Grosu. Com o resultado, o partido deve assegurar 55 assentos no Parlamento, uma redução de oito cadeiras em relação à bancada atual, mas ainda suficiente para ter maioria no Legislativo.   

“Moldávia, você conseguiu de novo. Nenhuma tentativa de semear o medo ou divisão poderia derrubar sua determinação. Você fez uma escolha clara: Europa, democracia e liberdade. Nossa porta estará sempre aberta”, celebrou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em mensagem no X.   

Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ressaltou que o povo moldavo escolheu “a democracia”, apesar das “pressões e interferências da Rússia”, enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que Moscou “não conseguiu desestabilizar” o país.   

“Venceu a ideia de Europa, a ideia de um desenvolvimento nacional normal e estável. A influência subversiva da Rússia não se estenderá ainda mais na Europa”, salientou.   

Por sua vez, o governo russo adotou cautela e apontou que “algumas forças políticas falaram em possíveis violações durante as eleições”. “Isso é o que ouvimos, e seria errado de nossa parte fazer avaliações infundadas”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.   

“Centenas de milhares de moldavos foram privados de votar no território da Federação Russa por causa do fato de que foram abertas apenas duas seções eleitorais para eles”, acrescentou.   

Com 2,4 milhões de habitantes, a ex-república soviética da Moldávia é candidata a entrar na UE, faz fronteira com a Ucrânia e também tem uma região separatista pró-Rússia, a Transnístria.   

As negociações para a adesão à União Europeia foram abertas oficialmente em junho de 2024, junto com as da Ucrânia, porém ambos os países precisarão implantar um amplo programa de reformas para se adequar aos parâmetros do bloco. (ANSA).