TÓQUIO, 11 JUL (ANSA) – O Partido Liberal-Democrata (PLD), liderado pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, se encaminha para garantir a maioria na Câmara dos Conselheiros, o equivalente ao Senado no Parlamento bicameral do país.   

As eleições foram realizadas neste domingo (10), na esteira do assassinato do ex-premiê Shinzo Abe, alvo de um atentado enquanto participava do comício de um candidato do PLD na cidade de Nara, na última sexta-feira (8).   

De acordo com projeções divulgadas pela emissora NHK, o partido conservador e seu aliado Komeito, também de direita, devem obter mais de 70 dos 125 assentos em disputa na Câmara dos Conselheiros (de um total de 248). Com isso, o governo Kishida deve manter ampla maioria na casa.   

“As eleições, que são a base da democracia, foram desafiadas pela violência. Vou continuar trabalhando para proteger a democracia”, afirmou o primeiro-ministro, em referência ao assassinato de Abe, figura ilustre do PLD e premiê mais longevo na história do Japão.   

As projeções também apontam que a frente favorável a uma reforma da Constituição pacifista do Japão vai ultrapassar a barreira de 166 assentos necessária para revisar a Carta Magna.   

O programa do PLD inclui uma proposta para revogar o artigo 9 da Constituição japonesa, no qual o país “renuncia para sempre ao uso da guerra como direito soberano da nação ou à ameaça e ao uso da força como meio de se resolver disputas internacionais”.   

Esse era um desejo antigo de Abe, que, no entanto, nunca conseguiu levar a cabo a reforma constitucional. (ANSA).