ROMA, 09 OUT (ANSA) – O partido ultraconservador Irmãos da Itália (FDI) fará um ato nesta segunda-feira (9), em frente ao Consulado-Geral do Brasil em Milão, para exigir a extradição de Cesare Battisti.   

A manifestação ocorrerá por volta de 17h (horário local) e tem como objetivo aumentar a pressão sobre o governo italiano.   

Também nesta segunda, o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi voltou a se manifestar sobre o assunto e afirmou que Battisti não é um “herói romântico nem um refugiado político”, mas sim um “assassino atroz e implacável”.   

“Tantos professores ruins, espécies de uma certa esquerda, ajudaram a criar mitos”, escreveu o ex-premier, líder do centro-esquerdista Partido Democrata (PD), maior legenda do país, em seu Facebook. Foi sob o governo Renzi que a Itália voltou à carga para fazer o Brasil extraditar Battisti, mas apenas depois da queda de Dilma Rousseff e da ascensão de Michel Temer – durante seu período no Palácio Chigi, o ex-primeiro-ministro nunca abordou o caso de maneira tão incisiva.   

“O modo com o qual, há alguns dias, ele brindava com uma cerveja e olhar irônico é provocador e insuportável. Devemos fazer o maior esforço possível neste dias, sob a presidência Temer, para ele ser restituído”, acrescentou Renzi, referindo-se aos relatos da imprensa brasileira de que Battisti levantou um copo de cerveja na direção de fotógrafos após ser libertado.   

Preso na última quarta-feira (4), em Corumbá (MS), sob acusação de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, o italiano foi solto dois dias depois e retornou para São Paulo. Antes de sair da cadeia, Battisti teria fornecido à Justiça um endereço em São José do Rio Preto que, segundo o jornal local “Diário da Região”, não existe.   

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Além disso, o site “O Antagonista” informou que o italiano está em Cananéia, a mais de 600 quilômetros de Rio Preto. Battisti foi pego tentando entrar na Bolívia com o equivalente a mais de R$ 20 mil em moeda estrangeira, no momento em que o Brasil estuda o novo pedido da Itália para extraditá-lo.   

Sua defesa entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para barrar uma eventual expulsão, mas o pedido ainda não foi julgado e segue na mesa do ministro relator Luiz Fux.   

(ANSA)


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