A coalizão no poder no Japão está assegurada, segundo a imprensa, por uma confortável maioria no Senado depois das eleições deste domingo, o que permitirá ao primeiro-ministro Shinzo Abe avançar em direção a sua grande ambição, a reforma da Constituição.

De acordo com as estimativas da rede pública NHK, o Partido Liberal Democrático (PLD, conservador) de Abe conseguiu entre 55 e 63 assentos dos 124 correspondentes a metade da câmara alta.

Seu aliado, o Komeito, entre 12 e 14.

Sem quase oposição, reduzida a pequenos partidos dispersos e às vezes díspares, e com outros partidos favoráveis à reforma da Constituição, o PLD poderia, assim, obter 85 cadeiras ou mais.

Combinados aos assentos que já possuía na metade da câmara que não foi renovada, o PDL terá, se os resultados forem confirmados, a maioria de dois terços necessária para rever a Constituição pacifista, que não foi alterada desde sua entrada em vigor em 1947.

O primeiro-ministro quer modificar vários aspectos da Constituição, em particular, inscrever a existência das forças armadas nacionais. Ele espera que o debate seja aberto após esta etapa das eleições para o Senado.

Com este novo sucesso, Abe poderá permanecer, teoricamente, na posição de primeiro-ministro até o final de seu terceiro mandato de três anos como presidente do PLD em 2021.

No poder desde 2012, ele se tornará em novembro o chefe de governo japonês com mais tempo de cargo, superando o recorde de Taro Katsura, que ocupou o cargo três vezes entre 1901 e 1913.

A taxa de participação, ainda não disponível, deverá ser baixa, mesmo com os 17 milhões dos 100 milhões de inscritos que votaram antes de domingo através do sistema de votação antecipada.