A democrata Abigail Spanberger foi eleita nesta terça-feira (4) governadora do estado da Virgínia, segundo projeções da imprensa dos Estados Unidos, num pleito que é considerado um termômetro dos primeiros nove meses de Donald Trump em seu retorno à Casa Branca. Spanberger, ex-agente da CIA de 46 anos, era a grande favorita nas pesquisas para se tornar a primeira mulher governadora deste estado da Costa Leste, dirigido pelo republicano Glenn Youngkin nos últimos quatro anos. As projeções da vitória da democrata foram antecipadas pelos canais NBC News, CNN e CBS News.
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Apesar de a disputa pela prefeitura de Nova York monopolizar as manchetes, as eleições na Virgínia – junto com a de governador em Nova Jersey – são um teste-chave do desempenho de Trump até agora e uma prévia do que pode ser o pleito legislativo de meio de mandato, conhecido como “midterms”, em 2026. Com disputas entre democratas centristas e republicanos alinhados com Trump, estas eleições servem de termômetro sobre se os eleitores moderados aceitaram a agenda de cortes do presidente ou se pretendem dar um golpe no republicano nas urnas no ano que vem.
A imprensa local projeta uma vitória da ex-oficial da CIA e congressista de três mandatos sobre a vice-governadora republicana Winsome Earle-Sears, uma veterana do Corpo de Fuzileiros Navais e firme aliada de Trump, com uma margem confortável, que pode inclusive chegar a dois dígitos. Trump passou como um rolo compressor pela burocracia federal desde que retornou ao cargo em janeiro, fechando agências inteiras e eliminando aproximadamente 200.000 empregos, inclusive antes da paralisação orçamentária do governo federal (“shutdown”). A Virgínia só é superada pela Califórnia em número de servidores federais. Ao se apresentar como um baluarte contra a redução agressiva da administração federal, Spanberger prometeu ser “uma governadora que defenderá” os milhares de servidores federais despedidos pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) de Trump.