Partido de Putin perde um terço dos assentos em Moscou

MOSCOU, 09 SET (ANSA) – Nenhum terremoto, como era previsível, mas a “maioria silenciosa” dos russos, cansada do status quo, deu sinais de vitalidade nas eleições municipais deste domingo (8).   

O caso mais célebre é o da capital Moscou, onde o partido do presidente Vladimir Putin, o Rússia Unida, perdeu 12 assentos para a oposição no parlamento local, passando de 38 para 26, de um total de 45.   

O resultado, apesar da afluência modesta (pouco superior a 21%), se segue a um verão de protestos contra o governo por causa da exclusão de alguns dos principais candidatos da oposição.   

O Rússia Unida chegou até a tirar seu símbolo das cédulas eleitorais para tentar conter a queda de popularidade na capital, e seus candidatos se apresentaram como independentes.   

Ainda assim, o partido deve ter o controle do parlamento moscovita, já que duas legendas de oposição, o Partido Comunista (13 assentos) e o Rússia Justa (três), frequentemente votam alinhadas com o governo.   

Já o pró-Ocidente Partido Democrático Unificado Russo (Jaboklo), cujo líder havia sido impedido de participar das eleições, sentença posteriormente revertida, garantiu as três cadeiras restantes.   

“Esse é um resultado fantástico do voto útil. Combatemos juntos, obrigado a todos por sua contribuição”, disse o líder de oposição Alexei Navalny, principal catalizador dos protestos contra Putin.   

Durante a campanha, Navalny, que cumpre pena por convocar manifestações sem permissão, defendeu que os eleitores votassem nos candidatos com mais chance de derrotar o Rússia Unida. O partido também é protagonista de escândalos de corrupção e perdeu popularidade por causa das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país.   

Apoio – No restante da nação, no entanto, Putin confirmou sua força. Nas 16 regiões que renovaram seus governadores, todos os candidatos apoiados pelo Kremlin venceram sem problemas. Segundo o secretário do conselho-geral do Rússia Unida, Andrei Turchak, o partido ainda tem “60%” do eleitorado, dado que fez o governo cantar vitória.   

“Fomos muito, muito bem. Poderíamos ter obtido algumas cadeiras a mais em alguns lugares e algumas a menos em outros, mas, no geral, o partido mostrou sua liderança em nível nacional”, declarou. (ANSA)