Partido de Maduro vence eleições legislativas com alta abstenção

CARACAS, 7 DEZ (ANSA) – A aliança do Grande Polo Patriótico Simón Bolívar (GPPSB), que apoia o presidente Nicolás Maduro, foi a coalizão vencedora das eleições legislativas realizadas neste domingo (07) com 67,7% dos votos, informou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Indira Afonzo.   

No entanto, a disputa eleitoral teve abstenção de 69% dos eleitores aptos, ou seja, dos mais de 20 milhões de venezuelanos que poderiam votar nos 277 deputados da Assembleia Nacional, pouco mais de 5,2 milhões o fizeram de fato. A oposição teve cerca de 18% das escolhas.   

A Assembleia Nacional era o único poder no país que não estava nas mãos de Maduro, sendo liderada por Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente venezuelano. No entanto, com o resultado deste domingo, o governo terá controle da Casa a partir de 5 de janeiro de 2021.   

Afonzo não informou quantos deputados são de cada partido que formaram as coalizões, no entanto, como a maior parte dos opositores liderados por Guaidó não disputaram os cargos por considerarem que há “fraudes” no processo, Maduro terá maioria absoluta.   

Em um vídeo divulgado pela emissora estatal VTV, o presidente parabenizou o GPPSB “pela clara vitória” nas urnas e ressaltou que “nós recuperamos a AN com o voto da maioria dos venezuelanos”.   

“Nós sabemos vencer e perder, e hoje cabe que a Venezuela inteira vencer com um novo Parlamento, em paz. Está chegando a mudança de um ciclo, uma mudança positiva, virtuosa, de trabalho, de retomada. Nós vamos à retomada do país, da economia e da superação do embargo econômico. Há 22 anos nós vencemos pelo voto porque somos democráticos”, disse ainda o mandatário.   

Já Guaidó usou uma série de postagens no seu Twitter dizendo que a “ditadura fabricou os resultados”. “Uma fraude com 30% de pura falsidade, que não são suficientes nem para fazer eles se mostrarem em púbico (Nem eles celebram, sabem que estão sozinhos)”, escreveu.   

O opositor ainda retuitou uma postagem do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, que criticou as eleições legislativas. Desde que Jair Bolsonaro assumiu, o Brasil adotou a postura de não reconhecer mais a política do país vizinho, se alinhando com os Estados Unidos.   

Guaidó também convocou uma manifestação contra Maduro no dia 12 de dezembro, afirmando que os venezuelanos “deram as costas” para o atual presidente. (ANSA).