Partido de extrema direita confirma veto ao governo Draghi

ROMA, 15 FEV (ANSA) – O partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI) confirmou nesta segunda-feira (15) que não dará seu voto de confiança ao governo do primeiro-ministro Mario Draghi.   

A decisão foi tomada por unanimidade pelas lideranças nacionais da legenda comandada pela deputada Giorgia Meloni durante videoconferência.   

Os representantes do FdI aprovaram um relatório de Meloni, que se propôs a discursar no Senado, na quarta-feira (17), e na Câmara dos Deputados, na quinta (18), contra o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE).   

“A Direção Nacional dos Irmãos da Itália aprovou por unanimidade a minha proposta de votar ‘não’ à confiança no governo Draghi”, afirmou Meloni em uma publicação no Facebook, ressaltando que existem ministros ligados ao governo anterior e o peso da esquerda no Executivo é grande.   

Desde o início da crise política deflagrada pela saída do Itália Viva (IV) da base aliada que culminou na renúncia do premiê Giuseppe Conte, o partido de extrema direita tem cobrado a antecipação das eleições previstas para 2023.   

“Não achamos possível tentar reconstruir a Itália com as mesmas pessoas que ajudaram a destruí-la. Faremos uma oposição patriótica, sempre trabalhando pelo bem da nação e votando de vez em quando nas medidas que julgarmos úteis para a Itália”, finalizou Meloni.   

Presidente da Câmara – Hoje, em uma longa publicação no Facebook, o presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Roberto Fico, abordou as questões sobre o voto de confiança ao governo Draghi, incluindo a exigência do Movimento 5 Estrelas (M5S) de haver um Ministério de Transição Ecológica.   

Além disso, ele falou sobre a votação online feita pelos filiados do M5S, já que o apoio a Draghi causou divisão na legenda populista.   

“Sei que muitos de nossos ativistas e parlamentares estão decepcionados. Entendo o descontentamento de quem não digere certas escolhas e de quem fica perplexo com decisões que parecem conflitar com nosso caminho. Mas devemos adotar uma mudança drástica de perspectiva, porque o momento exige. Ao teste do governo, o Movimento teve que fazer escolhas difíceis, que sempre foram feitas pelos membros através da plataforma de Rousseau”, disse.   

Para o presidente da Câmara, esta nova fase está centrada nos temas “caros” ao M5S, também graças ao superministério de Transição Ecológica, a partir do qual “as escolhas políticas fundamentais para o futuro do país a partir de amanhã terão que ser filtradas pelas lentes ambiental, ecológica e de transição”.   

O expoente do M5S concluiu sua mensagem enfatizando a necessidade de uma lei que proteja a água como um bem público e agradeceu Conte.   

“Por fim, quero agradecer de coração Giuseppe Conte. Ele trabalhou a serviço do país, em um momento difícil e complexo, com seriedade, responsabilidade, coragem. Percorremos um longo caminho juntos e tenho certeza que vamos continuar fazendo”, concluiu. (ANSA)