O partido de extrema direita alemão AfD anunciou, nesta segunda-feira (28), a destituição de um de seus membros, um ex-porta-voz no Bundestag (parlamento), porque propôs “atirar” ou “gasear” os refugiados.

O executivo do grupo Alternativa para Alemanha (AfD) na câmara baixa do parlamento decidiu nesta segunda por unanimidade destituir Christian Lüth, sem aviso prévio.

Este funcionário do AfD foi gravado em fevereiro passado por uma equipe de televisão alemã, sem que soubesse.

Durante uma conversa, Lüth defendia “a chegada de mais refugiados” porque, em sua opinião, “quanto pior a situação na Alemanha, melhor para o AfD”.

Lüth acrescentou durante esta conversa gravada e divulgada hoje pela rede de televisão privada ProSieben: “Depois podemos atirar em todos. Isso não é um problema. Ou gaseá-los, ou o que quiser. Não me importo!”.

O programa não menciona Lüth por seu nome, mas vários meios o reconheceram e o próprio AfD decidiu demiti-lo.

Lüth, de 44 anos, foi suspenso em abril passado por seu partido depois de reivindicar suas origens “arianas” e definir a si mesmo como “fascista”.

Trabalhava para o AfD desde 2013 e ocupava o cargo de porta-voz do grupo parlamentar desde que o partido entrou na câmara dos deputados, em 2017.

Este assunto chega em um momento em que o AfD, o principal partido de oposição da câmara dos deputados alemã, enfrenta tensões internamente por causa de rivalidades e ajustes de contas entre sua ala mais moderada e a ala radical, próxima aos movimentos neonazistas.

Estes últimos, em pleno auge, lutam especialmente pelo fim da cultura do arrependimento pelos crimes realizados pelo regime nazista, entre 1933 e 1945.

Recentemente, a polícia decidiu colocá-los sob vigilância devido à ameaça que podem representar para o Estado democrático alemão.