Partido Comunista da China conclui reunião chave para consolidar legado de Xi Jinping

Partido Comunista da China conclui reunião chave para consolidar legado de Xi Jinping

Os principais líderes do Partido Comunista da China encerram nesta quinta-feira (11) uma reunião fundamental de quatro dias que deve reforçar o legado do presidente Xi Jinping nos livros de história.

Xi, líder inquestionável do país mais populoso do planeta, está à frente desde segunda-feira de uma sessão plenária com 400 dos principais dirigentes do partido que governa a China.

Ele abriu a reunião do poderoso Comitê Central com um relatório e “explicações sobre um rascunho de resolução sobre as grandes conquistas e experiências históricas” do partido em um século, informou a agência estatal de notícias Xinhua.

Analistas consideram que a resolução, a terceira do tipo na história do partido, ajudará Xi a consolidar ainda mais seu poder, ao definir sua visão sobre a China antes do congresso do partido no próximo ano.

A plenária deste ano prepara o caminho para o XX congresso, no qual se espera que Xi Jinping assuma um terceiro mandato à frente do governo, que o transformará no líder mais poderoso da China desde Mao Tsé-Tung.

O período de Xi é marcado pela guerra contra a corrupção, políticas repressivas nas regiões de Xingjiang, Tibete e Hong Kong, e uma abordagem cada vez mais assertiva pelas relações internacionais.

Também criou um culto a sua liderança que impede críticas, erradica seus rivais e introduziu a própria teoria política, conhecida como ‘O Pensamento de Xi Jinping’, a estudantes.

A Xinhua classificou esta semana Xi Jinping como “sem dúvida a figura central a traçar o curso da história”.

Como todas as reuniões do comando partidário chinês, o encontro de quatro dias acontece a portas fechadas.

As decisões adotadas podem ser divulgadas nas próximas horas, antes de uma entrevista coletiva na sexta-feira.

A reunião plenária coincide com uma intensa atividade diplomática.

Pequim e Washington anunciaram um inesperado acordo climático na COP26 de Glasgow, no que pareceu aliviar as tensões entre as duas potências, e uma reunião entre Xi Jinping e o presidente americano Joe Biden por videoconferência deve acontecer em breve.

Mas o presidente chinês advertiu, ao mesmo tempo, para o retorno de tensões da época da Guerra Fria na região Ásia-Pacífico.

“As tentativas de traçar barreiras ideológicas ou formar pequenos círculos com base na geopolítica estão condenados ao fracasso”, disse em uma conferência empresarial virtual paralela à reunião de cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) organizada pela Nova Zelândia.