O Partido Comunista Chinês (PCC) deseja acabar com o limite de dois mandatos presidenciais inscrito na Constituição, o que abre o caminho para que o atual presidente Xi Jinping permaneça no poder, anunciou neste domingo a agência oficial Xinhua.

O comitê central do partido, que atua como uma espécie de Parlamento da instituição, quer eliminar da Constituição chinesa a menção de que um presidente “não pode exercer mais de dois mandatos consecutivos” de cinco anos.

Xi é presidente desde 2013 e, em tese, deveria abandonar o poder em 2023.

O comitê central do PCC também propôs incluir “o pensamento de Xi Jinping” na Constituição.

As propostas serão submetidas aos parlamentares chineses durante a sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP), que começa em 5 de março.

Em outubro do ano passado, durante o XIX congresso quinquenal do PCC, Xi Jinping conseguiu a inclusão no estatuto do partido de seu “pensamento sobre o socialismo de estilo chinês da nova era”, um ahonra que até agora só havia sido recebida em vida por Mao Tsé-Tung, fundador do regime comunista em 1949.

Desde que assumiu a liderança do partido, em 2012, Xi Jinping concentra todos os poderes como nenhum outro governante chinês nos últimos 25 anos.

Também colocou em prática uma intensa luta contra a corrupção, o que provocou punições a mais de um milhão de pessoas. Alguns, no entanto, consideram a campanha uma maneira de livrar-se de seus inimigos.

Sua presidência se caracteriza ainda pelo culto à personalidade, com a onipresença nos meios de comunicação, assim como o reforço da repressão aos defensores da democracia e dos direitos humanos.