As origens da Casa da Moeda remontam a 1694, quando foi inaugurada pela Coroa Portuguesa, em Salvador, então capital da colônia. O órgão funcionou também no Recife e na antiga Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas), até se instalar de vez no Rio a partir de 1743, quando passou a ocupar o térreo do Palácio dos Vice-reis, atual Paço Imperial, na Praça XV, centro histórico da capital.

De 2009 a 2011, investiu R$ 912 milhões no parque fabril instalado desde 1984 na zona industrial de Santa Cruz, zona oeste da cidade.

Segundo o diretor de Inovação e Mercado da Casa da Moeda, César Barbiero, após o investimento, a tecnologia da planta industrial da estatal não deixa a dever para os principais fabricantes do mundo. “Hoje, temos condições de produzir qualquer moeda do mundo, inclusive o dólar”, diz o executivo.

Além disso, a capacidade instalada de 2,6 bilhões de cédulas e 4 bilhões de moedas por ano dá conta do recado, pois a demanda programa pelo Banco Central (BC) para este ano soma 1 bilhão de unidades de notas, destinado basicamente à reposição.

O Brasil tem hoje em circulação 5,949 bilhões de notas de real (no valor de R$ 207,6 bilhões) e 25,1 bilhões de moedas (no valor de R$ 6,4 bilhões), informa o site do BC. Notas de R$ 2 e R$ 5 têm durabilidade de cerca de oito meses, segundo Alberto Martins, perito de valores da Casa da Moeda – como circulam mais, têm vida útil menor e, por isso, passam a receber um revestimento na etapa final de impressão.

Com a queda de demanda por parte do BC e da Receita Federal, cuja demanda por selos fiscais e tecnologia de rastreamento já chegou a responder por 70% da receita, de acordo com Barbiero, a estatal pretende focar na gestão e na diversificação.

Clientes privados

Uma das apostas é o mercado de selos, inclusive para clientes privados. “Hoje, no mercado de rastreabilidade, o mundo está pedindo produtos confiáveis, como selos de origem”, diz o diretor. Em termos de gestão, o número de 2,7 mil funcionários está sendo ajustado com um programa de demissão voluntária (PDV), que pretende reduzir o quadro em de 200 a 250 funcionários e pode ser reeditado ano que vem.

Os balanços financeiros da estatal mostram que, se o lucro e a receita bruta sobem e caem, a despesa com pessoal cresce sem parar nos últimos anos.

Consequências negativas

Para o Sindicato Nacional dos Moedeiros, que representa os funcionários da Casa da Moeda, eventual privatização traria consequências negativas para a segurança do dinheiro. “O meio circulante faz parte da nossa soberania nacional, não deve ser mensurado pelo lucro”, diz o presidente do sindicato, Aluizio Junior, destacando que a receita da estatal vem sendo prejudicada pela redução do orçamento do BC para repor cédulas e moedas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.