SELINUNTE, 30 SET (ANSA) – Três das maiores colunas ciclópicas do Templo G do Parque Arqueológico de Selinunte, na Sicília, na Itália, todas com 16 metros de altura, serão remontadas como a parte final de um grande projeto de restauração em um dos pontos mais importantes da antiga Selinus, informou o arqueólogo Oscar Mei, da Universidade de Urbino, à ANSA nesta sexta-feira (30).
O templo é o maior do parque e era usado com fins religiosos há cerca de 2,6 mil anos, tendo o tamanho 109 metros de comprimento e 50m de largura. Já as estruturas ciclópicas são aquelas em que não há uso de argamassa ou cimento para conectar as partes de pedra, o que exige um trabalho bastante cuidadoso.
A estimativa é que os trabalhos durem cerca de um ano e os canteiros “ficarão sempre abertos ao público”, assegura o diretor do Parque, Felipe Crescente.
O antigo templo, segundo os últimos estudos, foi dedicado a Zeus e era considerado o maior no estilo períptero – que é circundado por colunas gregas de sustentação na área exterior – do Mediterrâneo antigo. Após ser conquistado pelos cartagineses, lidar com terremotos e os séculos que se passaram, toda a área foi coberta por uma imensa quantidade de terra e detritos.
“Não focamos na espetacularização, aqui não se trata de uma reconstrução do templo, mas de uma grande obra científica de pesquisa e de proteção”, acrescentou Mei.
O levantamento das colunas do lado sul, escolhidas entre a aquelas que se mantiveram mais íntegras após os séculos, será feita também com um fim de conservação. “É uma maneira para tornar o monumento mais compreensível para os visitantes”, acrescentou.
Após os estudos técnicos com base em documentos históricos, serão realizados estudos com análises fotogramétricas e escaneamento com lasers e scanners em 3D. Depois ainda será feita uma prospecção geofísica ao redor de todo o templo para ver se haviam outros edifícios ali antes do altar ser erguido.
Também ainda será feita uma sondagem no terreno ao lado do perímetro e fazer toda uma limpeza da vegetação.
Ao todo, o projeto de restauração em Selinunte tem valor de 5 milhões de euros financiados pelo governo da região da Sicília e conta ainda com a participação dos arqueólogos Sebastiano Tusa, Valerio Massimo Mandrefi e Claudio Parisi Presicce. (ANSA).