O presidente do Parlamento líbio, Aguila Saleh, pediu neste sábado (28) à comunidade internacional que deixe de legitimar o Governo de Acordo Nacional (GNA), com sede em Trípoli e reconhecido pela ONU, após um acordo com a Turquia.

“Nos próximos dias, o Parlamento líbio impulsionará uma ação para conseguir que se retire o reconhecimento internacional deste governo (GNA)”, declarou Saleh à AFP em Nicósia.

Após o caos provocado pela queda do regime de Muamar Kadhafi, em 2011, duas autoridades disputam o controle da Líbia: o GNA e o Executivo e o Parlamento afins ao general Khalifa Haftar, que controla o leste do país.

Saleh, aliado de Haftar, viajou ao Chipre para abordar as consequências dos dois acordos assinados no fim de novembro entre a Turquia e o GNA.

O primeiro oferece a Ancara uma delimitação marítima em que pode fazer valer seus direitos em vastas áreas do Mediterrâneo oriental, ricas em hidrocarbonetos, cobiçadas por outros países, como Grécia, Egito, Chipre e Israel.

O segundo consiste na ajuda militar que as autoridades turcas podem aportar ao GNA em seus combates contra as tropas do general Haftar, que em abril iniciou uma ofensiva para assumir o controle da capital, Trípoli.

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O presidente do Parlamento também afirmou no sábado que pediu ao chefe da diplomacia cipriota, Nicos Christodoukides, que “envie uma mensagem à União Europeia para que deixe de reconhecer este governo (GNA)”.

O Chipre, país-membro da UE, não tem relações diplomáticas com a Turquia, que ocupa o norte desta ilha dividida em dois territórios.


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