O Parlamento do Japão confirmou nesta segunda-feira (4) o nome de Fumio Kishida como primeiro-ministro do país. O novo chefe de Governo deve anunciar um gabinete que incluirá integrantes do atual Executivo e caras nova.
Kishida, de uma família política de Hiroshima, foi eleito na quarta-feira da semana passada presidente do governante Partido Liberal Democrático (PLD), ao superar na votação interna o popular diretor da campanha de vacinação no país, Taro Kono.
Como a coalizão governante do PLD tem ampla maioria legislativa, Kishida tinha assegurada a vitória no Parlamento para virar o primeiro-ministro da terceira maior economia mundial.
Antes da votação, Kishida disse que está preparado para assumir o cargo.
“Acredito que será um novo início no verdadeiro sentido. Quero assumir desafios com determinação e resolução firme diante do futuro”, declarou à imprensa.
– Poucas mudanças –
Kishida é considerado uma figura confiável, com apoio de sua ala dentro do PLD, e não deve mudar significativamente as políticas do atual governo.
Sua eleição aconteceu depois que o primeiro-ministro Yoshihide Suga, que apresentou sua renúncia nesta segunda-feira, anunciou que não disputaria novamente o posto de líder do PLD – depois de passar apenas um ano no cargo.
Kishida deve anunciar o novo gabinete, mas detalhes divulgados pela imprensa local sugeram que vários ministérios importantes devem permanecer com seus atuais titulares.
Entre os ministros que devem continuar no governo, segundo a imprensa, estariam os titulares das Relações Exteriores, Toshimitsu Motegi, e da Defesa, Nobuo Kishi.
Analistas esperam que o gabinete inclua três mulheres, entre elas Seiko Noda, que aspirou o cargo de líder do PLD e será a ministra responsável por enfrentar a queda na taxa de natalidade no Japão.
Kishida terá muitos desafios, desde tentar conduzir a economia no período pós-pandemia até enfrentar as ameaças militares da Coreia do Norte e China.
Também vai liderar o PLD nas eleições gerais, previstas para novembro, embora parte da imprensa tenha informado que Kishida deseja convocar a votação para 31 de outubro.
O partido do governo e seus sócios na coalizão devem manter o poder nas eleições, mas podem perder algumas cadeiras no Parlamento devido à irritação da população com a resposta do governo ao coronavírus.
A popularidade do governo de Suga caiu muito durante os meses de luta para conter as ondas de contágios da covid-19, incluindo um foco recorde durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho.
Na campanha pela liderança do PLD, Kishida enfatizou os planos para corrigir os erros do governo com a pandemia e se comprometeu a adotar um novo pacote de estímulo econômico.