O Parlamento israelense aprovou, nesta quarta-feira (21), por ampla maioria, uma resolução proposta pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, contra qualquer “reconhecimento unilateral de um Estado palestino”, que, segundo o texto, equivaleria a recompensar “o terrorismo sem precedentes” do Hamas.

A votação ocorreu poucos dias depois de o jornal The Washington Post afirmar que os Estados Unidos e vários países árabes estavam elaborando um plano global de paz com um cronograma para a criação de um Estado palestino após o término da atual guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas em Gaza.

“Esta votação histórica demonstra nossa determinação coletiva”, escreveu Netanyahu na rede social X. “Não recompensaremos o terrorismo com um reconhecimento unilateral em resposta ao massacre de 7 de outubro, da mesma forma que não aceitaremos soluções impostas”, acrescentou.

A resolução, aprovada por 99 dos 120 deputados da Knesset (Parlamento), enfatiza que “Israel rejeita categoricamente as resoluções internacionais sobre uma solução permanente com os palestinos” e que essa solução só pode ser alcançada “por meio de negociações diretas entre as partes e sem condições prévias”.

Ela acrescenta que “Israel continuará se opondo ao reconhecimento unilateral de um Estado palestino”, pois “uma declaração desse tipo após o massacre de 7 de outubro concederia uma enorme recompensa a um terrorismo sem precedentes e impediria qualquer acordo de paz futuro”.

A guerra foi desencadeada em 7 de outubro por uma incursão de combatentes do Hamas vindos de Gaza, que mataram mais de 1.160 pessoas, na maioria civis, no sul de Israel e sequestraram cerca de 250, de acordo com um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses.

Israel retaliou com uma campanha de bombardeios e uma ofensiva terrestre contra a Faixa de Gaza, que até o momento deixou 29.313 mortos, na maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde desse território palestino governado pelo Hamas.

Segundo o Washington Post, o plano que está sendo elaborado pelo governo do presidente Joe Biden e vários países árabes aliados dos Estados Unidos prevê um cessar-fogo “de pelo menos seis semanas” em Gaza, a libertação dos reféns ainda em poder do movimento islamista e um cronograma para a criação de um Estado palestino.

O jornal cita autoridades de alto escalão dos Estados Unidos e do mundo árabe, que esperam um acordo antes de 10 de março, quando começa o mês sagrado muçulmano do Ramadã.

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