Parlamento Europeu revoga imunidade de Le Pen

BRUXELAS, 2 MAR (ANSA) – A plenária do Parlamento Europeu revogou com ampla maioria a imunidade da candidata de ultra-direita às eleições presidenciais na França, Marine Le Pen. A eurodeputada e líder do partido Frente Nacional (FN) está sendo investigada por ter postado no seu Twitter fotos de execuções realizadas pelo Estado Islâmico (EI, ex-Isis). Segundo o texto da relatora Laura Ferrara, porta-voz do Movimento 5 Estrelas (M5S) no Parlamento, que foi aprovado nesta quinta-feira (2), Le Pen publicou fotos violentas de execuções de três reféns pelo grupo terrorista, inclusive uma da decapitação do jornalista norte-americano James Foley, acompanhadas pela legenda “Assim é o Daesh” (outro acrônimo usado pelos jihadistas), em 16 de dezembro de 2015. A votação confirmou uma decisão preliminar que já havia sido tomada na última terça-feira (28) pelo Comitê de Assuntos Legais do Legislativo da União Europeia. A imunidade protegia a candidata de uma possível acusação, sendo assim, o Parlamento já pode autorizar uma ação legal contra ela.   

Divulgar imagens de crimes violentos pode resultar em alguns casos a pena de até três anos e uma multa de 75 mil euros.   

Além disso, o caso também pode manchar a imagem de Le Pen na corrida eleitoral francesa, já que, por enquanto, ela é uma das candidatas favoritas a vencer as primárias. Por isso, a eurodeputada pediu para que essas investigações sejam suspensas até depois das eleições para que sua campanha não seja prejudicada. A revogação da imunidade da líder do FN, no entanto, só serve para o caso da publicação das imagens violentas e não pelos contratos fictícios de dois de seus funcionários no Parlamento Europeu: sua chefe de gabinete, Catherine Griest, e o seu segurança particular, Thierry Légier.   

Le Pen, aliás, desafiou a Justiça europeia ao não comparecer a um interrogatório sobre o caso na semana passada por ter negado responder a qualquer acusação antes do fim das eleições. Como ela ainda tem imunidade, a eurodeputada não responderá a nenhuma punição pela ausência. (ANSA)